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Rússia e Hungria criticam a cerimônia de abertura dos Jogos de Paris

27/07/2024 10h45

A Rússia, excluída dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 por sua ofensiva contra a Ucrânia, afirmou neste sábado (27) que a cerimônia de abertura do evento esportivo foi um "grande fracasso", enquanto o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, declarou que a festa refletiu a "fragilidade e a desintegração do Ocidente".

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, destacou no Telegram o que considerou falhas do espetáculo, que aconteceu na sexta-feira (26) no rio Sena.

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"Não tinha planejado ver a abertura. Mas depois de ver as fotos, não pude acreditar que não fosse um 'deep fake' ou photoshop", escreveu no Telegram. A cerimônia não foi exibida ao vivo pela televisão russa.

Zakharova citou, entre outros pontos, o "colapso dos transportes", depois que a rede ferroviária francesa sofreu atos de sabotagem, e "espectadores sentados durante horas sob uma chuva intensa".

"Os organizadores não pensaram na dispersão das nuvens nem em toldos", acrescentou, em referência à prática russa de enviar aviões antes de grandes eventos ao ar livre para tentar romper as nuvens.

Zakharova disse ainda que o centro de Paris foi "transformado em um gueto para pessoas sem teto" e que "ratos inundaram as ruas" da capital.

A porta-voz criticou em particular a presença de 'drag queens' em um momento da cerimônia, cuja encenação recordava a última ceia de Jesus Cristo com seus apóstolos.

"Em Paris, decidiram que, se os anéis olímpicos são multicoloridos, você pode transformar tudo em uma parada gay gigante", acrescentou.

Apenas 16 atletas russos aceitaram o convite do Comitê Olímpico Internacional (COI) de participar do evento sob bandeira neutra.

Na Hungria, Orban afirmou que o espetáculo mostrou o "vazio" ocidental.

"Eles gradualmente eliminaram os vínculos metafísicos, com Deus, a pátria e a família", disse o chefe de Governo húngaro, acrescentando que isto levou à "ausência de moralidade pública".

Segundo Orban, que defende uma doutrina "iliberal", "os valores ocidentais, considerados universais durante muito tempo, são cada vez mais considerados inaceitáveis e rejeitados por muitos países do mundo", como China, Índia, Turquia ou os países árabes.

bur/tw/sag/jvb/fp/yr

© Agence France-Presse

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