Imagens nas redes sociais revelam crimes de guerra no Sudão, afirma ONG

A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou, nesta quinta-feira (29), os militares e paramilitares em conflito no Sudão há mais de 16 meses de cometerem crimes de guerra, incluindo execuções sumárias, atos de tortura e mutilação de cadáveres.

Desde abril de 2023, o Exército sudanês, comandado pelo general Abel Fatah Burhan, está envolvido em uma devastadora guerra com os paramilitares das Forças de Apoio Rápidas (FAR), que causou dezenas de milhares de mortes e provocou o desaparecimento de mais de dez milhões de pessoas, segundo a ONU.

Após analisar imagens publicadas nas redes sociais, a HRW denunciou que cerca de 40 pessoas foram sumariamente executadas, e que 18 detidos sofreram atos de tortura e maus-tratos. 

Nove dos 20 vídeos analisados mostram a mutilação de oito corpos, a maioria delas feitas por pessoas com uniforme militar, ainda que algumas vestidas com roupas de civis, acrescentou a ONG.

"Em todos os casos, os detidos não pareceram estar armados nem representar qualquer ameaça para seus captores e, em vários casos, eles estão amarrados", destaca a HRW.

Os militares e paramilitares em conflito "se sentem tão impunes que se gabam repetidamente executando, torturando, desumanizando os detidos e mutilando os seus corpos", declarou Mohamed Osman, pesquisador da HRW sobre o Sudão.

"Estes crimes devem ser investigados como crimes de guerra e os responsáveis, incluindo comandantes militares, devem prestar contas", acrescentou.

A HRW pediu às partes beligerantes para "ordenar, em particular e em público, a cessação imediata dessas atrocidades e a conduzir investigações eficazes".

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© Agence France-Presse

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