Juíza publica quase 2.000 páginas de provas contra Trump por eleições de 2020
A juíza federal que preside o caso contra Donald Trump pela suposta tentativa de alteração dos resultados das eleições de 2020 publicou, nesta sexta-feira (18), quase 2.000 páginas com provas contra o ex-presidente, a menos de três semanas das eleições nos Estados Unidos.
A magistrada Tanya Chutkan rejeitou um pedido dos advogados de Trump para manter os documentos sob sigilo até 14 de novembro, nove dias após as eleições presidenciais nas quais Trump se apresenta novamente como candidato republicano.
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Os advogados do magnata avaliam que a publicação dos documentos poderia ter uma "aparência preocupante de interferência" em uma eleição na qual seu cliente aparece empatado nas pesquisas de intenção de voto com sua adversária democrata, a vice-presidente Kamala Harris.
Chutkan considerou que, embora "sem dúvida haja um interesse público que os tribunais não se envolvam nas eleições", reter os documentos também poderia ser interpretado como um ato de interferência na votação.
"Se o tribunal reteve informações às quais o público de outra forma teria direito de acesso apenas pelas possíveis consequências políticas de sua divulgação, essa retenção poderia constituir — ou parecer — uma interferência eleitoral", argumentou.
"Portanto, o tribunal continuará mantendo as considerações políticas fora de sua tomada de decisões, em vez de incorporá-las como solicita o demandado", conclui a magistrada.
Os documentos são um apêndice de uma apresentação judicial do procurador especial Jack Smith, em resposta à decisão da Suprema Corte de que um ex-presidente tem ampla imunidade por atos oficiais realizados no exercício do cargo.
Na apresentação, Smith disse que Trump fez um "esforço criminoso privado" para alterar as eleições de 2020 e não deveria estar protegido pela imunidade presidencial.
Trump, de 78 anos, deveria ser julgado em março, mas o caso foi suspenso enquanto se aguarda a resolução da demanda de seus advogados sobre a imunidade presidencial.
Chutkan não definiu uma nova data para o julgamento, mas este não ocorrerá antes das eleições de 5 de novembro.
Se Trump vencer, é muito provável que as acusações das quais é alvo sejam arquivadas.
O ex-presidente é acusado de conspiração para fraudar os Estados Unidos e para obstruir um procedimento oficial, a sessão do Congresso destinada a confirmar os resultados das eleições de 2020, que foi atacada por uma multidão de seus apoiadores em 6 de janeiro de 2021.
O republicano também é responsabilizado por tentar privar os americanos de seu direito ao voto com suas falsas alegações de que teria vencido as eleições.
Este é apenas um dos vários problemas legais de Trump, que em maio foi condenado em Nova York por 34 acusações de falsificação de documentos comerciais para encobrir pagamentos feitos à atriz pornô Stormy Daniels para silenciá-la sobre um caso extraconjugal que ela afirma ter tido com o empresário.
O republicano também enfrenta acusações no estado da Geórgia por ter supostamente tentado alterar os resultados das eleições de 2020, que foram vencidas pelo democrata Joe Biden.
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