Ataques contra capacetes azuis são 'inaceitáveis', afirma premiê italiana durante visita ao Líbano

Os ataques contra os capacetes azuis da ONU mobilizados no sul do Líbano são "inaceitáveis", afirmou, nesta sexta-feira (18), em Beirute, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que é a primeira líder estrangeira a visitar este país do Oriente Médio desde a intensificação do conflito entre Israel e Hezbollah.

A Itália, que também ocupa a presidência rotativa do G7, é o segundo país que mais contribui com tropas ? cerca de 900 militares ? para a missão de manutenção da paz da ONU no Líbano (Unifil), que acusa Israel de ataques "deliberados" contra seus efetivos.

Meloni foi recebida no aeroporto Rafic Hariri de Beirute, a capital, por seu homólogo libanês, Najib Mikati, segundo os serviços italianos.

A chefe do governo italiano considerou "inaceitável" direcionar ataques contra os capacetes azuis no sul do Líbano e pediu que a Unifil, que conta atualmente com 10.000 soldados, "seja reforçada".

"Somente reforçando a Unifil e mantendo sua imparcialidade poderemos virar a página" na guerra no Líbano, que é travada pelo movimento islamista Hezbollah e Israel, indicou Meloni em declarações ao lado de Mikati.

O primeiro-ministro libanês, por sua vez, pediu que a "solução diplomática prevaleça sobre a guerra".

"O cessar-fogo é a prioridade número um" para interromper "os ataques contra os civis e as destruições de vilarejos", afirmou.

Mikati denunciou ainda "as ameaças de Israel que incitam a Unifil a se retirar e os ataques contra [os capacetes azuis], que são uma violação flagrante do direito internacional".

Segundo fontes italianas, a primeira-ministra de extrema direita se reuniu com o comandante da Missão Bilateral Italiana no Líbano (Mibil), que oferece apoio material e treinamento ao Exército libanês.

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Na semana passada, a Unifil acusou as tropas israelenses de disparar "repetidamente" e "deliberadamente" contra suas posições.

Cinco capacetes azuis ficaram feridos e as posições da missão sofreram "muitos danos", segundo a mesma.

A primeira-ministra chegou a Beirute vindo da Jordânia, onde se reuniu com o rei Abdullah II, com quem discutiu "os esforços conjuntos para um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns israelenses", segundo um comunicado.

Os dois líderes reiteraram a necessidade de "um processo político que leve à solução de dois Estados", um Estado palestino e o Estado de Israel, conforme a mesma fonte.

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© Agence France-Presse

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