Sob a sombra de Tarcisio, Nunes tornou-se um prefeito fantasma
Submetido ao risco de novos temporais, Tarcísio de Freitas faz por pressão de São Pedro o que se absteve de fazer por opção. Nesta quinta-feira, decidiu montar um gabinete de crise para monitorar as chuvas e os apagões. A movimentação do governador de São Paulo autoriza o eleitorado da capital a suspeitar que a prefeitura é administrada por um time de segunda linha.
Ricardo Nunes fugiu do papel de saco de pancada de Guilherme Boulos no debate UOL-Folha-Rede TV! para assumir a posição de figurante na reunião comandada por Tarcísio no Palácio dos Bandeirantes. Nela, decidiu-se que o gabinete do apagão terá representantes dentro dos centros operacionais das cinco concessionárias de energia que operam no estado, entre elas a Enel.
Os olheiros do estado fiscalizarão em tempo real a excucão dos planos de contingência das empresas de energia. A Enel comprometeu-se a manter de 700 a 1.200 equipes de prontidão, cada uma com até quatro trabalhadores. A Defesa Civil também deixará algo como 5.400 servidores a postos para responder rapidamente a eventuais emergências.
Sob a sombra de seu padrinho político, Nunes ganhou a aparência de um prefeito fatasma. Tarcísio como que acumulou as atribuições de governador, que negligenciava, com as tarefas da prefeitura. O poder municipal de Tarcísio ficará como um marco menor na biografia dele, uma mera peculiaridade eleitoreira.
Se é verdade que Tarcísio se autoconverteu nos últimos dias no poder de fato no município, a prefeitura de São Paulo é o último lugar em que ele deseja ser visto. Esforça-se para evitar que o trono de prefeito vire uma cadeira elétrica para Nunes porque enxerga na reeleição do afilhado um estágio para a poltrona de presidente da República. A sucessão presidencial de 2026 é ambição inconfessada de Tarcísio.
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