FMI prevê crescimento da economia mundial de 3,2% este ano e em 2025

A economia mundial vai crescer 3,2% este ano e no próximo, previu o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira (22), optando pela prudência nas suas previsões devido à desaceleração em países emergentes como China, México e Rússia.

Por ocasião da publicação do seu relatório anual sobre a economia mundial (WEO), o FMI manifestou preocupação com o aumento da incerteza a nível global, devido à multiplicação dos riscos tanto geopolíticos como econômicos, em particular a desaceleração econômica registrada na China. 

"Os riscos se intensificam", por exemplo as tensões geopolíticas, que podem fazer subir os preços da energia, alertou o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em entrevista à AFP. 

Como consequência, as previsões de crescimento permanecem fracas a nível mundial. 

Alguns países gozam de melhor saúde econômica do que outros. 

Os Estados Unidos deverão terminar o ano com um crescimento de 2,8%, estima o FMI, que prevê uma expansão de 2,2% da maior economia do mundo em 2025. 

"Estamos perto" de um "pouso suave" para a economia americana, disse Gourinchas. "O consumo está indo muito bem e ao mesmo tempo a inflação continua desacelerando".

Por "pouso suave" entende-se controlar a inflação sem recessão.

- Economias emergentes -

Entre os países emergentes, a China continua mostrando sinais de fraqueza. 

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As estimativas do FMI não consideram os recentes planos de Pequim para reativar a sua economia anunciados nos últimos dias. No estado atual, a organização econômica internacional prevê um crescimento do PIB do país de 4,8% este ano e de 4,5% no próximo.

"A economia chinesa deve descobrir como desenvolver os seus motores de crescimento interno, encontrar formas de estimular o crescimento sustentável com a sua demanda interna, especialmente por meio do desenvolvimento da proteção social para liberar uma parte da poupança", sublinhou Gourinchas.  

América Latina e Caribe seguem a tendência geral: o crescimento econômico diminui de 2,2% em 2023 para 2,1% em 2024, antes de aumentar para 2,5% em 2025. 

No que diz respeito às últimas previsões do FMI de julho, os dados para este ano melhoram 0,3 ponto percentual, enquanto diminuem 0,2 ponto para 2025.

Para 2024, espera-se um crescimento de 3% no Brasil, 1,5% no México, 1,6% na Colômbia, 2,5% no Chile, 3% no Peru, 0,3% no Equador, 3% na Venezuela, 1,6% na Bolívia, 3,8% no Paraguai e 3,2% no Uruguai. 

A Argentina, a terceira maior economia da América Latina, continuará com a tendência recessiva do ano passado. 

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As nuvens pesadas persistem em meio ao turbilhão reformista do presidente ultraliberal Javier Milei, com uma contração de 3,5% este ano. No entanto, o crescimento deverá se recuperar consideravelmente em 2025, a 5%, segundo o FMI, organização com a qual o país deve pagar um empréstimo de 44 bilhões de dólares (251 bilhões de reais na cotação atual).

- "Inflação" -

Nem tudo é negativo: a inflação cai para a meta de 2% nas principais economias, um sucesso que se deve, segundo o FMI, aos bancos centrais. 

"Estamos sempre um pouco acima, mas estamos cada vez mais próximos e a diferença deve diminuir em 2025", disse Gourinchas. 

"Ao mesmo tempo, o crescimento resistiu e continuará resistindo, por isso um pouso suave está à vista e é uma grande conquista", acrescentou. 

Na maioria dos países latino-americanos, a inflação caiu, mas alguns registraram revisões em alta desde abril devido a uma combinação de fatores. 

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O FMI cita "o sólido crescimento salarial que impede uma desinflação mais rápida no setor de serviços" no Brasil e no México, fenômenos meteorológicos na Colômbia e "aumentos nas tarifas elétricas reguladas" no Chile.

Na Europa, o novo motor da zona do euro é a Espanha: +2,9% este ano e +2,1% em 2025. 

A Alemanha, por outro lado, terá um crescimento nulo este ano e crescerá 0,8% em 2025, segundo as previsões do FMI. 

A França permanece estável em 1,1% em 2024 e 2025. 

A Rússia, submetida a sanções, mas com uma economia sustentada pelo gasto militar, terminará o ano com um crescimento de 3,6%.

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© Agence France-Presse

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