Alemanha terá eleições legislativas antecipadas em fevereiro

A Alemanha vai realizar eleições legislativas antecipadas em 23 de fevereiro, o que pode levar a uma alternância de poder, após o colapso do governo de coalizão do social-democrata Olaf Scholz.

Após vários dias de disputa, a data foi decidida em um acordo com o principal partido de oposição, os conservadores da CDU/CSU, informaram à AFP nesta terça-feira (12) fontes do partido governante.

As eleições acontecerão "em 23 de fevereiro, felizmente as coisas estão claras nesse ponto", declarou o líder do partido liberal FDP, Christian Lindner, cuja destituição há uma semana fez colapsar a heterogênea coalizão de social-democratas, ambientalistas e liberais.

Antes disso, em 16 de dezembro, Scholz apresentará um voto de confiança na câmara baixa do Parlamento, onde já não conta com a maioria, anunciou o líder parlamentar do partido social-democrata SPD, Rolf Mützenich.

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, declarou que apoia o calendário e considerou a data de 23 de fevereiro "realista". O chefe de Estado pediu que as partes envolvidas cooperem para "garantir a segurança interna e externa da Alemanha e sua confiabilidade internacional nesta fase de transição".

Se Scholz perder a votação na câmara, o presidente alemão terá três semanas para dissolvê-la.

O abalo acontece no pior momento para a principal economia do continente europeu, que enfrenta uma grave crise industrial e a preocupação com as consequências do retorno de Donald Trump à Casa Branca em seu comércio e em sua segurança. 

A ruptura brutal da coalizão tripartite, que liderava o país desde 2021, causada por grandes divergências sobre a política econômica, mergulha a Alemanha em uma situação sem precedentes. 

Com esta crise, o chefe dos conservadores, Friedrich Merz, ex-rival de Angela Merkel, aproxima-se do seu sonho de chegar ao poder. Seu partido é o grande favorito às eleições.

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- Favoritismo conservador-

Scholz, que lidera um governo minoritário com os Verdes, cogitava inicialmente um voto de confiança em 15 de janeiro e convocar eleições em março. Mas, pressionado a acelerar o ritmo, esse chefe de governo impopular deixou a tarefa de definir a data nas mãos dos grupos parlamentares dos conservadores da CDU/CSU e de seu partido, SPD.

A implosão do governo tripartite aconteceu depois que Scholz demitiu o ministro das finanças, o liberal Christian Lindner, devido às profundas divergências sobre política econômica, o que provocou a saída da maioria dos ministros do FDP.

Essa crise é uma consequência de meses de disputas entre os três partidos do governo sobre a política econômica que deve ser adotada, acentuadas durante a preparação do orçamento de 2025, que deve ser concluído em novembro.

Sobre essa questão, o novo ministro das Finanças, Joerg Kukies, disse nesta terça-feira que é pouco provável que o orçamento do próximo ano seja votado antes das eleições legislativas.

As pesquisas indicam que a oposição conservadora venceria com mais de 30% dos votos. Friedrich Merz será "o próximo chanceler, é quase certo", estimou Christian Lindner em coletiva de imprensa em Berlim. A única incógnita é saber com quem ele governará.

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Segundo as pesquisas, formar uma coalizão não será uma tarefa fácil. Os conservadores descartam qualquer aliança com o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que, segundo pesquisas, seria a segunda maior bancada (19,5%). Apesar da sua impopularidade, Scholz pretende liderar a campanha do SPD.

As rupturas de coalizões de governo não são comuns na Alemanha. Scholz desejava manter a coalizão até as próximas legislativas, programadas inicialmente para 28 de setembro de 2025.

Mas as divergências políticas sobre a economia e a imigração, assim como as disputas pessoais, minaram sua equipe de governo nos últimos meses.

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© Agence France-Presse

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