Microplásticos estão presentes em solos agrícolas na França

Um estudo publicado nesta quinta-feira (26) pela agência de transição ecológica da França revela a presença quase sistemática de microplásticos em solos usados para agricultura no país, revelando pela primeira vez a extensão dessa contaminação.

Das 33 amostras coletadas de locais tão diversos como florestas, prados, vinhedos e pomares, bem como de grandes áreas cultivadas em toda a França metropolitana, 25 delas, ou 76%, continham microplásticos.

Em média, os solos analisados continham 15 partículas de microplástico por kg de solo seco.

A agência observa em um comunicado que os dados coletados não permitiram a identificação da fonte dos microplásticos, no entanto, "presume que, para solos usados para atividades agrícolas, parte de sua origem vem das práticas agrícolas implementadas".

Os microplásticos são partículas menores que 5 milímetros, provenientes da degradação de plásticos que se acumulam em aterros sanitários ou no ambiente natural.

Vários estudos já se concentraram na poluição que eles geram nos oceanos, no entanto, a poluição do solo é menos conhecida e é objeto de poucos trabalhos na França.

"Este é o primeiro estudo a caracterizar a magnitude dessa contaminação na escala da França metropolitana, em solos submetidos a diferentes usos agrícolas e que não receberam insumos diretos de plástico" devido à intervenção humana, enfatizam os autores do estudo.

As análises revelaram contaminação por microplástico em todos os solos de pastagens (4 amostras de 4), em mais de 3/4 dos solos de grandes culturas (17 de 21), em três de quatro amostras de vinhedos e pomares e em apenas uma de quatro amostras de solo florestal.

As amostras continham principalmente polietileno e polipropileno, polímeros presentes principalmente em embalagens plásticas.

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"Essa presença quase sistemática de microplásticos nos solos estudados mostra que há uma necessidade urgente de continuar esses estudos para fornecer dados de monitoramento", ampliando o escopo para áreas urbanas e territórios ultramarinos, observam os pesquisadores.

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© Agence France-Presse

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