Rússia avalia positivamente a possibilidade de negociações de paz com a Ucrânia

O Kremlin afirmou nesta quarta-feira que avalia de maneira positiva a possibilidade de negociar para encerrar o conflito na Ucrânia, depois que o presidente deste país, Volodimir Zelensky, expressou que está disposto a participar em conversações em uma mensagem ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Esta abordagem é globalmente positiva, mas há nuances", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, ao comentar a declaração de Trump.

O líder ucraniano disse na terça-feira que estava disposto "a trabalhar sob a liderança do presidente Trump para alcançar uma paz duradoura" e propôs uma trégua imediata no céu e no mar caso a Rússia aceite fazer o mesmo.

Horas depois, o presidente americano leu em voz alta durante seu discurso ao Congresso uma carta de Zelensky na qual o ucraniano afirma estar preparado "para sentar-se à mesa de negociações o mais rápido possível".

O Kremlin, no entanto, expressou dúvidas sobre se conversaria com Zelensky. Peskov citou nesta quarta-feira um decreto assinado pelo presidente ucraniano que descarta negociações diretas com seu homólogo russo, Vladimir Putin.

Desde então, Zelensky abriu a porta para uma reunião com Putin, mas somente após alcançar um pacto com os aliados ocidentais sobre uma postura comum nas negociações.

Moscou acusou várias vezes Zelensky de não ser um líder legítimo porque seu mandato de cinco anos, obtido nas eleições de 2019, já terminou. No entanto, a lei ucraniana não permite organizar eleições em período de guerra.

Embora os países europeus que apoiam Zelensky tenham respaldado a suspensão de eleições durante a ofensiva russa, Trump questionou nas últimas semanas a legitimidade e popularidade do líder ucraniano, a quem chamou de "ditador".

A tensão entre Zelensky e Trump explodiu na sexta-feira passada na Casa Branca, com um confronto verbal diante dos jornalistas no Salão Oval. 

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Após a briga, Trump anunciou esta semana a suspensão da ajuda militar americana à Ucrânia, alimentando os temores entre os aliados europeus de que o presidente republicano quer forçar Kiev a aceitar um acordo favorável a Moscou.

bur/avl/dbh/fp

© Agence France-Presse

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