Países manifestam preocupação com referendo revogatório na Venezuela
O Brasil e mais cinco países latino-americanos manifestaram, nessa quarta-feira (28), preocupação com a forma como o governo venezuelano está lidando com o referendo revogatório - um mecanismo constitucional que permite destituir o presidente Nicolás Maduro antes do fim de seu mandato, em 2019. A oposição venezuelana acusa a Justiça Eleitoral de tentar dilatar o processo para beneficiar o governo. Se Maduro for derrotado nas urnas este ano, os venezuelanos terão direito a novas eleições presidenciais. Mas se o referendo revogatório for realizado em 2017 e Maduro perder, seu vice assumirá o cargo até 2019. Os ministros das Relações Exteriores da Argentina (Susana Malcorra), do Brasil (José Serra), do Chile (Heraldo Muñoz), do México (Claudia Ruiz Massieu), do Paraguai (Eladio Loizaga) e do Peru (Ricardo Luna) divulgaram declaração questionando as regras da Justiça Eleitoral venezuelana. Segundo eles, o método anunciado no último dia 21, para reunir as assinaturas de 20% dos eleitores venezuelanos, tem como objetivo "adiar o referendo revogatório até 2017". Na declaração, os chanceleres dizem estar dispostos a contribuir para "o entendimento mútuo, a estabilidade politica, a recuperação econômica e os direitos humanos" na Venezuela. Com uma inflação anual de três dígitos (que, segundo o Fundo Monetário Internacional, pode chegar a 700%) e a falta de comida e remédios, Maduro está perdendo o apoio dos venezuelanos - mesmo daqueles que, nos últimos 17 anos, votaram em Hugo Chávez e seus seguidores. Chávez prometeu reduzir as desigualdades, em um país que sempre dependeu das exportações de petróleo - um produto que valia muito nos últimos dez anos, mas cujo preço despencou. Nessa conjuntura, seu sucessor, Maduro, nao conseguiu sustentar os programas sociais, conter o aumento dos preços e controlar a falta de produtos. Agora, a permanência da Venezuela no Mercosul também está sendo questionada. Três dos quatro países fundadores (a Argentina, o Brasil e o Paraguai) consideram que a Venezuela não respeita os direitos humanos - uma das condições para fazer parte do bloco. O Uruguai, quarto membro fundador, manteve posição neutra.
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