Maracatus brilham em Fortaleza no último dia de desfiles
A Avenida Domingos Olímpio, no Centro de Fortaleza, ficou lotada no último dia de desfile dos maracatus, que esbanjaram cores e ritmos e encantaram o público. Na noite de domingo (26), seis agremiações se apresentaram, dentre elas o Maracatu Az de Ouro, considerado o mais antigo do Ceará, que comemorou e cantou seus 80 anos de existência. Primeira a se apresentar, a Nação Baobab homenageou a árvore que dá nome ao maracatu. A cor verde foi estampada no vestido da rainha. "O baobá é uma árvore da África e fizemos um culto a essa árvore, à oferenda da água que ela concentra nos tempos de seca e à sombra majestosa que tem", disse o professor universitário Robson Sanabio, um dos cantores da agremiação. As arquibancadas montadas ao longo da avenida ficaram lotadas e havia pessoas em pé, encostadas nas grades que delimitavam o local do desfile. A aposentada Rita Maria dos Santos, 75, trouxe sua cadeira de casa para assistir os desfiles de forma confortável. "Eu venho ver o maracatu todos os anos, desde que meus filhos eram pequenininhos. No desfile, eu gosto mais das baianas e da negra do incenso", disse. Neste domingo, dona Rita estasva acompanhada dos filhos e netos. Ao ver passar o maracatu Nação Pici, levantou-se da cadeira para ver as alas passarem. A agremiação trouxe como tema de sua loa o orixá Oxum, considerada a rainha da água doce. Na avenida, ela foi representada por um pavão, formado por uma ala com treze pessoas. O Maracatu Vozes da África entrou na avenida distribuindo glitter por onde passava e cantando a história de Chico Rei, um rei africano que foi capturado pelos portugueses e virou símbolo de resistência nas Minas Gerais do ciclo do ouro. As irmãs paulistas Tatianna e Janainna Zachi tiravam diversas fotos durante a passagem do maracatu pela avenida. Morando há seis meses em Fortaleza, elas passam o primeiro carnaval na capital cearense. "É bem legal ver a diferença de cultura, achei muito bonito", elogia Janainna, 33, que trabalha como gerente de vendas. Já Tatianna, 32, que é instrumentadora cirúrgica, destacou a diversidade religiosa do maracatu. "Aqui em Fortaleza, o pessoal é bem católico e abordaram uma parte da religião afro. Eles valorizaram bastante essa parte. Achei lindo".
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