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Nova perícia vai examinar condições do carro da Paraíso do Tuiuti

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

28/02/2017 16h20

O carro alegórico da escola de samba Paraíso do Tuiuti, que provocou acidente no último domingo (26) na Passarela do Samba, no Rio de Janeiro, passará por nova perícia amanhã (1º de março). O acidente deixou um saldo de 20 pessoas feridas, três em estado grave. A titular da 6ª Delegacia Policial da Cidade Nova, delegada Aparecida Mallet, informou hoje (28) à Agência Brasil que o veículo será transladado da apoteose até a cabeceira da pista da Marquês de Sapucaí, dirigido pelo mesmo motorista Francisco de Assis Lopes, que o guiava na ocasião do acidente. "O perito examinará, entre outras coisas, as condições de dirigibilidade do carro", disse a delegada. As perícias preliminares efetuadas no local e no veículo constataram que houve falha mecânica. As rodas giratórias, chamadas rodas malucas, estavam danificadas. "Ou seja, elas se romperam". Em depoimento na 6ª Delegacia de Polícia (DP), o motorista Francisco de Assis Lopes disse não ser culpado pelo acidente, alegando que não tinha visibilidade. "Ou seja, ele estava sem condições de dirigibilidade, porque naturalmente esses carros alegóricos impossibilitam a visão periférica", informou Aparecida Mallet. A acoplagem de um veículo à frente daquele que Lopes estava dirigindo impossibilitou a visão direta e ele ficou sem visão alguma. Para a delegada, foi um "somatório de circunstâncias". Unidos da Tijuca Em relação ao carro abre-alas da Unidos da Tijuca, cuja estrutura quebrou na madrugada de hoje (28) no Sambódromo do Rio de Janeiro, várias perícias foram feitas no local e no veículo avariado. O acidente também deixou 12 feridos. Após a conclusão da perícia, o carro foi levado para a Cidade da Polícia, na Zona Norte da capital fluminense. O laudo conclusivo deve ser divulgado em 24 horas. A delegada acredita que houve falha em um dos pistões que seguravam o sistema hidráulico do carro. Testemunhas dos acidentes e diretores das duas agremiações, da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e das empresas responsáveis pelos projetos dos veículos serão ouvidos pela Polícia Civil. Também serão solicitadas as Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) dos carros alegóricos, que comprovam a prestação de um serviço, a execução, o acompanhamento e a vistoria nesses veículos. A ART é dada por um profissional responsável competente. Aparecida explicou que é importante o depoimento da Liesa, porque a entidade tem, em seu organograma, comissões de fiscalização e verificação das obrigatoriedades regulamentares. Todos os membros das comissões serão chamados para declarações. "Tudo isso faz parte do conjunto probatório do inquérito, até que se faça o relatório, cujo prazo de encerramento é previsto em 30 dias", salientou. Após o prazo legal de conclusão, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público do Estado, para avaliação. A delegada Aparecida Mallet observou que, apesar de ter carteira de habilitação para dirigir caminhões e veículos de grande porte e ser funcionário de uma empresa transportadora, essa foi a primeira vez que o motorista Francisco de Assis Lopes guiava um carro alegórico. A contratação do motorista também será avaliada pela polícia. Um auditor do Ministério do Trabalho e Emprego constatou que Lopes foi contratado informalmente, pondo em risco sua própria vida.