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BC projeta continuidade de resultados positivos nas contas externas em maio

Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil

23/05/2017 12h20

As contas externas devem registrar em maio deste ano o terceiro resultado positivo seguido. A projeção do Banco Central (BC) é que o superávit em transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo, fique em US$ 1,5 bilhão. De acordo com dados divulgados hoje (23), em abril, o saldo positivo ficou em US$ 1,153 bilhão. A expectativa do BC é de resultado positivo mesmo com a crise política gerada após a divulgação pelo jornal O Globo de parte da delação da empresa JBS, envolvendo o presidente da República, Michel Temer, e o senador afastado do PSDB, Aécio Neves. "Com o evento da semana passado, tivemos aumento de incertezas, mas a mensagem é que o Banco Central atua para manter o bom funcionamento do mercado", disse o chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha. No dia 18, primeiro dia de funcionamento do mercado financeiro após a divulgação da delação, houve mais entrada de dólares do que saídas nos segmentos comercial e financeiro, no total de US$ 2,338 bilhões. No dia seguinte (19), o saldo também foi positivo: US$ 1,124 bilhão. "Nesses dois dias, houve ingressos líquidos no mercado de câmbio doméstico. Quanto às incertezas, tem que ver como esse cenário evolui", acrescentou. "É muito difícil definir precisamente o que está acontecendo em um dia específico no mercado de câmbio. Teve um aumento na taxa de câmbio que pode ser favorável para o exportador que decida internalizar [trazer o dinheiro para o país] recursos", acrescentou Rocha. Investimento estrangeiro Rocha disse ainda que o BC projeta continuidade da entrada de investimento estrangeiro direto no país, recursos aplicados no setor produtivo. Neste mês, até a última sexta-feira (19), houve ingresso de US$ 1,4 bilhão. A projeção para todo o mês de maio é de US$ 2,8 bilhões. "Para os próximos períodos a expectativa é que o investimento direto continue sendo a principal fonte de financiamento do déficit em transações correntes", disse Rocha.