Dono da Via Engenharia também é preso em operação contra superfaturamento no DF
A Polícia Federal (PF) prendeu hoje (23) o proprietário da empresa Via Engenharia, Fernando Márcio Queiroz, que também participou do esquema de superfaturamento para a reconstrução do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, utilizado para os jogos da Copa do Mundo de 2014. Além da prisão, foi decretado o bloqueio de bens a ativos no valor de R$ 10 milhões de Queiroz e de R$ 100 milhões da Via Engenharia. As construtoras Andrade Gutierrez e Via Engenharia formaram o consórcio que venceu a licitação fraudulenta para construção do estádio. Segundo a PF, Queiroz participou ativamente das tratativas relacionadas com a fraude à licitação e pagou valores ilícitos aos ex-governadores José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz. Também de acordo com a polícia, há indícios de que o empresário teria corrompido, sempre por meio do seu diretor Alberto Nolli, a então presidente da Terracap, Maruska Lima, e o presidente da Novacap, Nílson Martorelli, ambos ligados ao então governador Agnelo. Maruska Lima também está presa na carceragem da PF em Brasília, assim como o ex-secretário da Copa do governo do Distrito Federal, Francisco Cláudio Monteiro. Eles fazem parte do núcleo financeiro e administrativo do esquema. A ex-presidente da Terracap foi integrante da comissão de licitação e as investigações apontam que recebeu propina para consagrar as empresas Via Engenharia e Andrade Gutierrez como vencedoras do certame. Já Monteiro teria recebido, a pedido de Agnelo, o valor de R$ 250 mil. A justiça determinou o bloqueio de R$ 4 milhões de Maruska e de R$ 100 mil de Monteiro. Segundo a PF, a obra gerou um prejuízo de R$ 1,3 bilhão à Terracap, empresa pertencente ao governo do Distrito Federal e à União. O investimento inicial para reforma do estádio era de R$ 690 milhões e chegou ao total de R$ 1,5 bilhão. Os policiais cumprem hoje 10 mandados de prisão temporária, 15 de busca e apreensão e três de condução coercitiva no âmbito da Operação Panatenaico. Nílson Martorelli, Jorge Luiz Salomão, Sérgio Lúcio Silva de Andrade e Afrânio Roberto de Souza Filho também tiveram o pedido de prisão temporária decretado, como colaboradores do esquema. Eles também tiveram bens e ativos bloqueados. No acordo de leniência com o Ministério Público Federal, a construtora Andrade Gutierrez já se comprometeu a devolver R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Do núcleo político, foram presos os ex-governadores Agnelo Queiroz e José Roberto Arruda, e o ex-vice-governador, Tadeu Fillippelli. Filippelli era assessor especial da Presidência da República, mas foi exonerado do cargo após sua prisão. Os advogados desses investigados disseram que vão se pronunciar após terem acesso a todas as informações das investigações.
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