Gastos da União com estatais superam receitas em R$ 9,3 bilhões
A União gastou, no ano passado, R$ 9,3 bilhões a mais com empresas estatais do que arrecadou, divulgou hoje (29) o Tesouro Nacional. Segundo o Boletim das Participações Societárias da União de 2017, o Tesouro recebeu R$ 5,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio das estatais federais no ano passado, mas desembolsou R$ 14,8 bilhões em gastos com pessoal, investimento ou custeio (manutenção) dessas empresas. A arrecadação melhorou em relação a 2016, quando essas receitas tinham somado R$ 2,8 bilhões. Para 2018, o Tesouro projeta ingressos de R$ 7,1 bilhões. As despesas, no entanto, subiram de R$ 13,3 bilhões, em 2016, para R$ 14,8 bilhões no ano passado. Desde 2012, quando totalizaram R$ 6,5 bilhões, os gastos com a subvenção de estatais saltaram 127% em valores nominais e 44,44% descontando a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Tesouro, os gastos superaram as receitas das estatais em todos os anos de 2012 a 2017, com a exceção de 2014. O boletim mostrou que as subvenções (repasses do Tesouro) correspondem a mais de 80% da receita total em 14 estatais, sendo que, em quatro delas, os aportes somam 100% da receita. O relatório recomenda a redução da dependência das estatais, com aumento de receitas e redução de custos. "Os benefícios sociais devem ser mais bem quantificados e explicitados para possível avaliação da melhor forma de intervenção do setor público", destaca o documento.
A Empresa Brasialeira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que também tinha patrimônio líquido negativo, saiu do grupo no ano passado depois de receber um aporte de capital da União.
Patrimônio
Conforme o boletim, cinco empresas - Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa, Eletrobras e Petrobras - concentravam 90% do patrimônio líquido das estatais (quando se subtraem as obrigações, os passivos, dos ativos). No entanto, nove empresas apresentaram patrimônio líquido negativo, das quais os Correios estão em pior situação.A Empresa Brasialeira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que também tinha patrimônio líquido negativo, saiu do grupo no ano passado depois de receber um aporte de capital da União.
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