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Metrô de SP suspende retirada de 355 árvores para obras de expansão

Moradores protestam contra derrubada de árvores na praça Mauro Broco, no Jardim Têxtil, para obras de extensão do metrô - Felipe Rau/Estadão Conteúdo
Moradores protestam contra derrubada de árvores na praça Mauro Broco, no Jardim Têxtil, para obras de extensão do metrô Imagem: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

21/08/2020 20h11

Após manifestação contrária de moradores locais, o Metrô de São Paulo interrompeu a retirada de 355 árvores em uma área do Jardim Têxtil, na Vila Formosa, zona leste da capital paulista, onde planejava instalar um canteiro de obras para a ampliação da Linha 2-Verde, com a construção de um estacionamento de trens. O Metrô informou que vai reavaliar o projeto.

Ontem, houve uma reunião entre representantes do Metrô e dos moradores para tratar das obras e um novo encontro será agendado, segundo a companhia, para detalhar e discutir melhor o que pode ser feito.

"O Metrô irá rever o projeto de supressão das árvores na extensão da Linha 2-Verde e as medidas de manejo e compensação arbóreas só serão definidas e executadas após reuniões com as comunidades locais para a prestação de todos esclarecimentos", disse em nota.

De acordo com a assessoria de imprensa do Metrô, há autorização da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para a derrubada das árvores. O Metrô acrescentou, em nota, que "cumpre com todos os requisitos ambientais em suas obras, que trazem diversos benefícios à população, deixando de emitir milhares de toneladas de CO2 com o funcionamento das linhas".

Procurada pela reportagem, a Cetesb não informou se havia autorizado a derrubada das árvores nem se aquela é uma área de preservação ambiental.

O Ministério Público do Estado de São Paulo informou que foi aberto um procedimento preparatório de inquérito civil, há dois dias, em que foram expedidos ofícios com pedido de informação para o Metrô, Secretaria do Verde e Meio Ambiente e para Cetesb sobre a derrubada das árvores.

No documento, o promotor Ivandil Dantas da Silva pede "com máxima urgência" que seja realizada vistoria no local por um engenheiro e que seja feita análise do parecer técnico da Cetesb para identificar "se a vegetação a ser suprimida é especialmente protegida, se a compensação ambiental é adequada e suficiente, se houve justificativa de ausência de alternativas técnicas e locacionais à intervenção em APP [área de preservação permanente]".