Governo federal acusa SP de adiar plano do Cantareira
18/09/2014 21h37
No dia 29 de agosto, a ANA divulgou que havia um acordo com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) para reduzir a vazão de retirada de água do Cantareira para a Grande São Paulo para 18,1 mil litros por segundo a partir do dia 30 de setembro, e para 17,1 mil litros por segundo a partir de 31 de outubro. Neste mês, a Sabesp tem retirado dos reservatórios uma média de 19 mil litros por segundo. Antes da crise, a retirada era de 30 mil litros.
À época, o governo Alckmin negou que existisse acordo. Nesta quinta, porém, a ANA afirmou que o acerto foi feito pessoalmente entre o presidente da agência, Vicente Andreu, e o secretário paulista de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce. Segundo o órgão federal, "esta indefinição" e o "sucessivo adiamento" do plano de operação da Sabesp "dificultarão o necessário ajuste entre as disponibilidades e demandas por água nas regiões atendidas por este sistema".
Nesta quinta, Arce repetiu que não há acordo. "Não houve fechamento (de acordo). Tratamos de ideias. Não foi uma coisa final para ser colada no site. Ainda estamos discutindo", disse o secretário, que reclamou de uma suposta demora da ANA para reduzir a vazão do Rio Paraíba do Sul, que também sofre com a seca, para o Rio de Janeiro.
Em meio à polêmica, as prefeituras e indústrias da região de Campinas pediram ao comitê da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) que aumente de 4 para 5 mil litros por segundo a vazão do Cantareira para a região. A proposta ainda será analisada. O volume de água que chega ao sistema continua abaixo da mínima histórica neste mês.