Brasileiro troca futebol por musculação, aponta estudo
Em contrapartida, a musculação ganha espaço. Em 2013, 18,46% do grupo masculino entrevistado dizia praticar musculação. Em 2006, eram 13,43%. "Há algumas hipóteses para a mudança", disse a diretora de Vigilância e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta. A preferência pode ser reflexo do maior interesse da população brasileira em praticar atividades físicas. "Academias tornaram-se mais acessíveis, estão em toda parte, têm horários flexíveis, o que pode facilitar a prática, porque se encaixa na rotina de vida", completou. "O futebol está mais relacionado a um evento social. Exige maior preparação: reunir o grupo, encontrar espaço para prática."
A pesquisa mostra que, de forma geral, o brasileiro tem se exercitado mais. "É uma ótima notícia. Não é fácil você tirar pessoas da inatividade", disse. De acordo com o trabalho, 33,8% da população pratica regulamente algum tipo de atividade, o que representa 12,6% a mais do que o identificado há cinco anos. O aumento, completou Deborah, foi identificado em ambos os sexos, entre todos os níveis de escolaridade no grupo de 18 a 65 anos. "Entre pessoas acima deixa faixa etária, os números não aumentaram", conta.
A pesquisa confirmou a grande diferença ainda existente na prevalência da atividade física entre homens e mulheres. No grupo masculino, 41% disseram praticar regularmente algum tipo de atividade. Já entre as mulheres ouvidas, o porcentual foi de 27,4%. "Há uma questão cultural. Meninos ganham como primeiro presente uma bola. Meninas, uma boneca. É preciso estimular a prática de atividades e nada melhor do que a escola para isso", completou.
Entre mulheres, a musculação também ganhou espaço. Saiu de 11,88% em 2006 para 19,56% para 2013. Apesar da crescente participação da musculação, a pesquisa mostrou que a caminhada continua sendo o exercício mais frequente entre brasileiros: 33,79% dos entrevistados dizem fazer caminhadas. Em 2006, o indicador era 10% maior. "A caminhada é geralmente a primeira atividade física que a população escolhe. Mas há alguns fatores, como temperaturas muito altas ou baixas, aclives que acabam dificultando a prática regular", disse Deborah.
Batizado de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), o estudo foi feito por meio de entrevistas telefônicas com 53 mil pessoas, maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal.
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