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Vaccari ficará em silêncio diante de promotor que investiga tríplex ligado a Lula

Vaccari já foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro - Paulo Lisboa/Folhapress
Vaccari já foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro Imagem: Paulo Lisboa/Folhapress

Curitiba e São Paulo

02/03/2016 10h41

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto vai ficar em silêncio nesta quarta-feira (2) diante do promotor de Justiça Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo, que investiga o tríplex no Condomínio Solaris, no Guarujá (SP).

Preso desde abril de 2015 na Operação Lava Jato, já condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Vaccari foi intimado pelo promotor paulista para depor no Procedimento Investigatório Criminal sobre o imóvel na praia das Astúrias. Há suspeitas de que o imóvel pertença ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nega ser o dono.

O Condomínio Solaris começou a ser construído pela Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop). Depois, quando a cooperativa entrou em declínio, pelo menos quinze empreendimentos foram transferidos para a OAS, empreiteira que teria bancado reforma milionária no imóvel, incluindo instalação de cozinha e outros equipamentos.

Vaccari é réu em ação penal na 5ª Vara Criminal de São Paulo por suposto rombo de R$ 100 milhões na Bancoop no período em que o ex-tesoureito do PT presidiu a cooperativa.

Para o promotor Conserino, é importante tomar o depoimento de Vaccari exatamente porque ele presidiu a cooperativa. O ex-tesoureiro está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, nos arredores de Curitiba, base da Operação Lava Jato.

Vaccari vai ficar em silêncio, segundo seu advogado, o criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso. "A princípio está marcado [o depoimento], mas o Vaccari vai exercer o direito ao silêncio", disse o defensor.

"Pedi a dispensa dele [Vaccari] ao juiz Sérgio Moro, só que o Conselho Nacional do Ministério Público deu uma liminar [a pedido da defesa de Lula] e suspendeu tudo. Depois, o Conselho permitiu a retomada do procedimento do promotor, a liminar foi cassada. De qualquer forma, o Vaccari vai ficar em silêncio", afirmou.