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'Mercadante não faz nada sem orientação superior', afirma Delcídio

O senador Delcídio do Amaral, que fez delação premiada - Douglas Pereira/UOL
O senador Delcídio do Amaral, que fez delação premiada Imagem: Douglas Pereira/UOL

Em São Paulo

17/03/2016 09h01

O senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS) diz estar disposto a ficar cara a cara com todos os citados em seu depoimento de delação premiada em eventual acareação. "Estou do lado da verdade", disse ele, em entrevista exclusiva ao jornal "O Estado de S. Paulo". Delcídio deixou o PT após a delação ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.

Para o senador, líder do governo Dilma Rousseff até o fim de 2015, a presidente, mesmo com a ajuda do ministro Lula na Casa Civil, tem poucas condições de afastar as ameaças de perder o cargo, seja pela via do impeachment no Congresso ou das ações de cassação no Tribunal Superior Eleitoral. "O quadro é muito complicado. Não é fácil. Outros fatos virão. E isso vai contaminando a política", disse.

Segundo ele, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) foi apenas um emissário de Dilma na suposta tentativa de convencê-lo a desistir da delação. "O Aloizio é um cara disciplinado. Ele não faz nada sem estar alinhado com orientações superiores. Quem o conhece sabe."

Delcídio disse que vai lutar pelo mandato de senador, "para honrar os quase 1 milhão de votos que tive no meu Estado. Foi a maior votação que um político teve em Mato Grosso do Sul. Vou lutar até o fim, eu tô do lado da verdade", disse.

O senador também afirmou que, dentro do PT, "todo mundo sabia" que o sítio em Atibaia (SP) era do ex-presidente. "Eu nunca fui lá, mas todo mundo dizia que era do Lula, sempre, isso era conhecido. Era uma coisa de uma clareza solar." A propriedade do sítio é investigada pela Justiça e Lula nega ser o dono.

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