Edson Aparecido deixa a Casa Civil do governo Alckmin
Edson Aparecido vinha perdendo espaço no governo Alckmin por não ter feito campanha para o empresário João Doria nas prévias do partido. Doria, que será candidato tucano à Prefeitura, foi apoiado pelo governador na disputa interna contra o vereador Andrea Matarazzo.
Ele era o responsável pela articulação política do Palácio dos Bandeirantes e foi coordenador da campanha de reeleição do governador Geraldo Alckmin em 2014. Quando a informação sobre a sua saída foi revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo, no dia 4 de março, o Palácio dos Bandeirantes negou a mudança.
A gota d'água que azedou a relação entre Alckmin e Aparecido foi um discurso do secretário, em um ato de encerramento da pré-campanha de Doria, no qual ele pregou unidade ao PSDB, exaltou os quadros "históricos" do partido, mas não declarou voto no empresário. O governador não teria gostado da atitude do auxiliar.
Dirigentes tucanos dizem, de forma reservada, que a disputa pela vaga de candidato à Prefeitura de São Paulo causou um racha irreversível no partido.
Investigação
O agora ex-secretário da Casa Civil do governo paulista é alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo por suposto enriquecimento ilícito e ato de improbidade, na compra de um imóvel de R$ 620 mil na Vila Nova Conceição. Ele informou que para adquirir o bem, pegou emprestado, em 2006, R$ 110 mil de uma assistente pessoal e de sua então namorada - hoje sua mulher - para completar o valor de compra do imóvel.
Os empréstimos não foram declarados ao Imposto de Renda, reconheceu Aparecido à Promotoria, em depoimento prestado na última terça-feira, 22. A suspeita dos investigadores é que esse valor representou apenas 30% do valor real do imóvel na ocasião. Hoje, o apartamento está avaliado em R$ 2,5 milhões. Em fevereiro, o portal UOL revelou que o imóvel foi vendido pelo empreiteiro Luiz Alberto Kamilos, dono da Construtora Kamilos, que mantém contratos com o governo estadual.
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