Miguel Reale inicia apresentação na comissão do impeachment
A sessão começou com um quórum de 50 membros e 51 parlamentares - entre membros e não membros - já inscritos para falar e um clima acalorado em plenário, com gritos de governistas e oposicionistas. Durante a audiência com Reale, cada deputado poderá falar por três minutos.
No começo da reunião, o presidente do colegiado, Rogério Rosso (PSD-DF), disse que a audiência é para esclarecer as denúncias de crime de responsabilidade contra a presidente Dilma. Ele aproveitou para indeferir questão de ordem da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que questionou a oitiva de convidados antes do término do prazo de 10 sessões para apresentação da defesa de Dilma.
Na resposta, Rosso alegou que os depoimentos não servem para instrução probatória e sim apresentação do conteúdo já descrito no pedido de impeachment. "Não pode haver negligência de nossa parte e, por isso, temos o dever e o compromisso de buscar a clareza e o entendimento da denúncia aqui apresentada", afirmou. Jandira avisou que vai recorrer da decisão.
Na sequência, o líder do PDT, Weverton Rocha (MA), fez uma nova questão de ordem alegando a necessidade de a presidente Dilma acompanhar os trabalhos da comissão ou indique um procurador para representá-la. Ela sugeriu que os trabalhos fossem suspensos. Os oposicionistas se revoltaram e a sugestão causou tumulto no início da sessão.
Reale foi convidado a iniciar sua apresentação, mas os governistas foram até a mesa exigir que fosse aberto espaço para novas questões de ordem. Houve um tumulto generalizado no plenário, com governistas gritando "não vai ter golpe" e oposicionistas aplaudindo o jurista e gritando "impeachment".
Essa é a sexta reunião ordinária da comissão e é acompanhada por manifestantes pró e contra o impedimento da petista. Durante a audiência, parlamentares de oposição levantaram panfletos escritos "impeachment já".