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"Era um sonho ter Land Rover", diz Silvinho em depoimento à PF

Silvio Pereira, ex-secretário do PT, foi preso preventivamente na 27ª fase da Lava Jato - Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo
Silvio Pereira, ex-secretário do PT, foi preso preventivamente na 27ª fase da Lava Jato Imagem: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo

Em São Paulo

05/04/2016 14h57

Em depoimento à Polícia Federal, nesta segunda-feira (4), o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira --preso na Operação Carbono 14, desdobramento 27 da Lava Jato-- relembrou um capítulo emblemático da política brasileira.

Em 2005, o empresário César Oliveira, dono da GDK Engenharia, presenteou Silvio José Pereira, o "Silvinho do PT", com um carro Land Rover, avaliado em R$ 74 mil na época.

Silvinho exercia, então, o posto de secretário-geral do PT, agremiação que atravessava sua pior crise com o estouro do escândalo do mensalão. Ele teria recebido o carrão em troca de facilitação para o empresário na Petrobras.

À Carbono 14, Silvinho Pereira relatou o caso. "Recebeu em 2004 quando era secretário-geral do PT um veículo da marca Land Rover da empresa GDK; que um dia estava com César, presidente da GDK, e disse que o poder era efêmero e que o importante era realizar os sonhos, comentou que era um sonho ter um jipe de guerra", relatou o ex-secretário-geral do PT.

Silvio Pereira detalhou. "Foi encontrar com Guimarães que era presidente do Banco Popular; que então Cesar chegou com o carro; que falou com Vivian Perpétuo, secretária do secretário-geral; que disse para ela procurar César e saber qual o valor do carro para que queria entregar um Ecosport na troca pagar pelo jipe; que declarou o carro no imposto de renda."

Prisão preventiva

O juiz federal Sérgio Moro decide nesta terça-feira (5), se prorroga as prisões ou solta Silvio Pereira e o empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André (SP).

A Procuradoria da República pediu em manifestação ao juiz federal Sérgio Moro a prisão preventiva do empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André (SP), e do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira.

Os investigadores apuram por que Ronan Maria Pinto teria sido destinatário final de R$ 6 milhões de um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões do Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai, em outubro de 2004.

A força-tarefa da operação requereu ainda a quebra de sigilo bancário e fiscal do filho de Ronan Maria Pinto, Danilo Regis Fernando Pinto entre 2010 e 2016, 'a fim de analisar quais offshores estão declaradas'.