Ministro diz que população não precisa se alarmar por EI trocar mensagens em português
O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, disse que "a população não precisa ficar alarmada" com qualquer tipo de notícia veiculada sobre a existência de um grupo de pessoas ligadas ao EI (Estado Islâmico) estar trocando mensagens em português, no aplicativo para celulares Telegram.
De acordo com o ministro, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e os demais setores de inteligência do país estão integrados com os órgãos que trabalham com esta finalidade no mundo inteiro, exatamente para monitorar todo e qualquer fato que mereça atenção das autoridades.
Segundo ele, monitoramentos em redes sociais e aplicativos, como este, "são feitos rotineiramente" e "todos os cuidados estão sendo tomados para garantir que os Jogos Olímpicos sejam realizados da melhor maneira possível". E emendou: "sempre há preocupação, sempre há risco, e é por isso que estamos trabalhando com o maior cuidado e atenção. Mas não há nenhum indicativo que leve a questão para nível alarmante. Por isso, não há o menor descuido neste trabalho. Ao contrário, todas as agências de inteligência nacionais e estrangeiras estão atentas e trabalhando em conjunto".
Depois de ressaltar que este grupo já vinha sendo acompanhado pela Abin e "não há nenhum fato que possa gerar qualquer tipo de alarme", o ministro acrescentou ainda que este é o "modus operandi" deste tipo de grupo em todo o mundo, e que a operação não foi criada especificamente para o Brasil.
Para reforçar a sua tranquilidade em relação ao tema, o ministro disse que "há uma integração efetiva entre os Ministérios da Defesa, da Justiça e da Segurança Institucional e, principalmente entre as suas áreas de inteligência". Lembrou ainda que o sistema tem sido testado frequentemente, não só para atualizá-lo, mas durante os grandes eventos que o Brasil recebeu nos últimos anos, como Copa do Mundo e Jornada Mundial da Juventude, por exemplo.
O ministro Etchegoyen lembrou que reuniões rotineiras têm sido realizadas para tratar do tema e citou que na última quinta-feira, por exemplo, outro encontro deste tipo foi realizado, justamente para azeitar os trabalhos. "Temos preocupação. É claro, mas estamos vigilantes", disse.
"A existência de um grupo é um dado concreto que vai construir um grau de probabilidade. Mas, até aqui, não há nenhum dado que justifique o alarme ou que tenha feito subir a preocupação. Mas, insisto: estamos atentos", comentou ele.
De acordo com o ministro, o fato de existirem países que estão em guerra contra o Estado Islâmico, como é o caso dos Estados Unidos e França, obviamente, aumenta o risco.
Ele lembrou que as delegações estarão hospedadas lado a lado durante a Olimpíada e usam os mesmos espaços comuns, como restaurantes, e por isso todas precisarão estar protegidas. Os riscos, segundo o ministro, também serão analisados caso a caso durante a realização dos jogos.
Confirmação
Na última quinta-feira, a Abin confirmou a informação de que pessoas ligadas ao Estado Islâmico criaram um grupo para trocar mensagens em português, através de um aplicativo de celular, no qual "conteúdos relacionados a ideologias extremistas são traduzidos para o português e reproduzidos nesse aplicativo (Telegram) de mensagens instantâneas".
Ainda de acordo com a Abin, "a abertura desta nova frente de difusão de informações voltadas à doutrinação extremista, direcionada ao público de língua portuguesa, amplia a complexidade do trabalho de enfrentamento ao terrorismo e representa facilidade adicional à radicalização de cidadãos brasileiros".
A Abin informa também que "o compartilhamento desses conteúdos em grupos de troca de mensagens instantâneas é uma estratégia utilizada não apenas no Brasil" e que "organizações terroristas têm empregado ferramentas modernas de comunicação para ampliar o alcance de suas mensagens de radicalização direcionada, em especial, ao público jovem".
O nome do grupo é " Nashir Português" e usa uma estratégia semelhante à da Nashir News Agency, usada pelo Estado Islâmico para fazer propaganda de suas ideias e divulgar manifestos.
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