Em coletiva, Cunha se diz responsável por 'livrar' o Brasil de Dilma e do PT
Reclamando a todo momento de que era vítima de cerceamento de defesa e ação seletiva do Ministério Público, que recentemente pediu sua prisão, Cunha acusou Dilma de ter distribuído cargos, aprovado doação de áreas no Amapá e liberado emendas para angariar apoio político. "E ninguém pediu a prisão dela", protestou. Em sua visão, os inquéritos contra petistas não andam na mesma velocidade que os dele porque a Procuradoria Geral da República se concentra "em que lhe interessa".
No final da coletiva, o peemedebista reforçou que está suspenso do mandato e não impedido de exercer seus direitos políticos. Questionado sobre conversas em torno da possibilidade de renunciar ao cargo de presidente da Casa, Cunha foi categórico. "Não renunciei e não tenho o que delatar".
Cunha deixou o prédio do Hotel Nacional, em Brasília, pela saída de emergência para evitar os manifestantes que gritavam da rua "fora cunha, bandido".
Processo disciplinar
Cunha afirmou que não trabalha com a hipótese de seu processo disciplinar ser votado pelo plenário da Casa. Ele disse confiar que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) vai atender seus recursos, os quais apontam nulidades nos trabalhos do Conselho de Ética. O peemedebista prometeu protocolar os recursos na próxima quinta-feira, 23.
Eduardo Cunha afirmou que as mudanças de voto que aconteceram no Conselho de Ética foram motivadas por "efeito manada". Apesar de não citar nomes, o peemedebista se referia ao deputado Wladimir Costa (SD-PA), que declarou voto a favor de Cunha no colegiado, mas mudou o voto de última hora, após a deputada Tia Eron (PRB-BA) anunciar que votaria contra Cunha.
Questionado no fim da entrevista, o presidente afastado da Câmara afirmou que decidiu vir sozinho para a coletiva por "decisão própria". Nenhum de seus aliados o acompanhou na entrevista. O presidente afastado da Casa também informou que pagou do próprio bolso os custos da entrevista, que durou quase duas horas. Ele deixou o local sob gritos de "Fora, Cunha, bandido".
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