Operação Recomeço já teve três prisões, diz PF
A investigação está concentrada em investimentos feitos pelos dois fundos na empresa Galileo Educacional, que teve falência decretada pela Justiça do Rio de Janeiro em maio passado. Questionado, o delegado afirmou que é prematuro dizer que houve desvio de recursos para políticos. "Já foi mapeado o possível desvio em favor de pessoas do quadro pessoal da Galileo e pessoas jurídicas a ela vinculadas. É prematuro falar em desvio para políticos", disse Muzzi.
De acordo com o delegado e o procurador da república Paulo Gomes, os investigados presos deverão ser ouvidos no prazo de cinco dias da prisão temporária. A PF e o Ministério Público Federal (MPF), que atuam em conjunto no caso, também analisaram os documentos obtidos nas operações de busca e apreensão realizadas no Rio de Janeiro, em Brasília e em São Paulo. Segundo eles, não houve busca na sede dos fundos de pensão Postalis e Petros, considerados "vítimas" do suposto esquema de desvio de recursos do grupo Galileo.
A Operação Recomeço investiga a compra de R$ 100 milhões em debêntures emitidas pela Galileo para a recuperação da Gama Filho. Os recursos, entre eles os desembolsos feitos pelo Postalis e pelo Petros, deveriam ser aplicados na Gama Filho, porém isso não aconteceu. A Gama Filho era uma das controladas da Galileo.
O delegado e os procuradores não informaram os nomes dos presos, apenas que um deles foi um ex-diretor financeiro do fundo Postalis. Mais cedo, o Ministério Público Federal informou o pedido de prisão de Adilson Florêncio da Costa, que ocupava o cargo. Fontes do MPF e da PF confirmam a prisão de Costa, em Brasília, e também de Paulo César Prado Ferreira da Gama, um dos donos da universidade Gama Filho, e do advogado Roberto Roland Rodrigues da Silva.
Além deles, a 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro autorizou a prisão dos sócios do Grupo Galileu na época da compra das debêntures Márcio André Mendes Costa e Ricardo Andrade Magro, do então representante legal da Universidade Gama Filho Luiz Alfredo da Gama Botafogo Muniz, e do ex-diretor do Grupo Galileo Carlos Alberto Peregrino da Silva.
De acordo com o procurador Paulo Gomes, a prisão temporária dos envolvidos deve possibilitar a colheita de provas mais robustas e o rastreamento do paradeiro dos recursos, além de evitar que os investigados alterem sua situação patrimonial. O objetivo é fortalecer as provas para que então o MPF possa apresentar uma denúncia.
De acordo com Muzzi e Gomes, o foco da operação é não só comprovar os crimes, mas também recuperar os recursos desviados e devolvê-los aos fundos de pensão Petros e Postalis.
Além de Petros e Postalis, o Banco Mercantil também investiu R$ 3 milhões nas debêntures emitidas pela Galileo e também está envolvido na investigação, mas sua participação no esquema é considerada menor.
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