'Fizeram bravata com o nome do Russomanno', diz defesa
Russomanno, primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a sucessão de Fernando Haddad (PT), é mencionado em documento produzido pela Polícia Civil no inquérito Alba Branca, que investiga fraudes em licitações da merenda escolar. O esquema teria se instalado em pelo menos 35 prefeituras e que mirava também em contratos da Secretaria de Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
O deputado não é alvo da investigação - ele detém foro privilegiado perante o Supremo Tribunal Federal -, nem a ele é imputado ato ilícito, mas o documento sugere proximidade de Russomanno com dois alvos da Alba Branca, quadros importantes da estrutura da organização criminosa, César Augusto Lopes Bertholino, o Marrelo, e Cássio Chebabi.
Em um contato - mensagens por celular - de julho de 2015, recuperado pelos investigadores a partir de quebra de sigilo, Chebabi diz a Marrelo que Russomanno é "novo parceiro". Ele afirma que o deputado "tá forte pra prefeitura". César Marrelo diz que eles vão "jantar" com o deputado. Afirma, ainda, que Russomanno "vai dar duas secretarias" para Leonel Júlio, ex-deputado e pai do lobista da
quadrilha da merenda. "Já tá acordado", afirma Marrelo.
A petição ao Ministério Público do Estado e à Delegacia-Geral é subscrita pelo criminalista Pedro José Vilar Godoy Horta. A parte eleitoral da defesa do candidato está sob responsabilidade do advogado Arthur Rollo.
"O Celso não tem absolutamente nenhum envolvimento com essas pessoas (Marrelo e Chebabi), não os conhece, nunca os viu, nunca jantou com eles", afirma Arthur Rollo. "Fizeram uma bravata com o nome dele. Estamos levantando todas as informações para tomarmos as providências criminais contra as pessoas que usaram o nome dele em vão". O advogado afirma ainda que Russomanno não tem nenhum contato com pessoas envolvidas com o escândalo da merenda, nem com políticos citados. "Celso não atua nessa área de merenda, todo mundo sabe que ele se dedica à defesa do consumidor e fica extremamente irritado quando alguém usa o nome dele. Ele não gosta."
Rollo assinala que o candidato à Prefeitura paulistana também não tem relacionamento com o ex-deputado Leonel Júlio, ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, cassado em 1976 pelo regime militar. Leonel Júlio é pai de Marcel Júlio, lobista da organização criminosa, segundo a Polícia Civil. Nas mensagens resgatadas, Marrelo e Chebabi dizem que Russomanno teria pedido apoio a Leonel Júlio e que o candidato até já havia oferecido a ele "duas secretarias" na Prefeitura, se eleito.
"Vamos apurar até as últimas consequências", disse Arthur Rollo. "O sr. Leonel Júlio tem quase 90 anos de idade. O Celso não tem contato com ele, já ouviu falar dele, apenas isso. O que o apoio de Leonel Júlio iria agregar à campanha do Celso? Absolutamente nada. É uma coisa sem sentido. Quando essa suposta conversa ocorreu, o Celso já estava em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Para quem é da área política sabe que (o apoio de Leonel) não tem importância nenhuma."
"O critério de escolha dos secretários é técnico. Ele (Russomanno) tem planos de escolher os melhores secretários da história de São Paulo", diz o advogado.
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