Após mortes, rampas e parapeitos de fórum serão bloqueadas com madeira
Em comunicado, o TRT negou que houvesse problema de segurança e afirmou que o prédio já cumpria todas as normas. "Não nos cabe fazer análise simplista das motivações dos protagonistas da ocorrência, eis que o suicídio nunca está associado a fator único", diz a nota. "Infelizmente, (o Fórum Ruy Barbosa) se consolidou no circuito dos locais em que os suicidas fazem seu último ato de desespero, sua manifestação pública", diz.
O caso mais recente aconteceu na terça-feira, 29. Mesmo sem ter audiência marcada, um motoboy de 41 anos foi junto com o filho de 4 anos até o fórum. Com a criança nos braços, ele passou pela fita de isolamento e saltou do 17º andar, por volta das 10h50. Na queda, o homem teve o braço esquerdo amputado. Já o menino sofreu fratura craniana. Os dois morreram na hora.
"Não há palavras para externar o horror vivenciado por todos aqueles que estiveram lá no momento da ocorrência e depois, acompanhando as autoridades competentes", disse o TRT, em nota. Outro caso já havia acontecido em março deste ano. "Além da tristeza pelo fato em si e pelos familiares dos envolvidos, vemos o Fórum Ruy Barbosa mais uma vez no circuito dos suicidas e nossos magistrados, servidores, advogados e jurisdicionados afetados diretamente, em seu ambiente de trabalho, por cenas de violência brutal."
Medidas
No comunicado, o TRT afirmou que fechou as rampas com fitas em março, mas que, agora, "medidas extremas" devem ser tomadas para impedir novas ocorrências. O Tribunal também disse que cortes no orçamento dificultaram as ações preventivas e que só conseguiu recursos "em meados de agosto", quando começou a adquirir e instalar madeiras para o fechamento dos parapeitos. "O tempo necessário para sua conclusão, por sua vez, não foi nosso aliado."
"Ressalta notar que os preços cotados para a colocação de redes superavam em cinco vezes o valor do madeiramento, além de não ser a alternativa mais indicada em termos de segurança, conforme apontado pelo arquiteto responsável", afirmou a nota.
Para concluir a instalação, o TRT suspendeu todos os trabalhos de marcenaria, como montagem de mobiliário, em outros fóruns e unidades.
Segundo o Tribunal, o efetivo foi deslocado para o Fórum Ruy Barbosa.
"Informamos, ainda, que a solução definitiva, aprovada pelo arquiteto Decio Tozzi, já consta em projeto detalhado com custo estimado de R$ 6 milhões, dependente de disponibilidade orçamentária e com prazo de execução, após licitado, de 12 meses", disse o comunicado.
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