Líderes lançam abaixo-assinado para garantir quórum em cassação de Cunha
Líderes da oposição estenderam no plenário da Câmara dos Deputados um banner com abaixo-assinado de "compromisso público" de que haverá "presença maciça" de suas bancadas na sessão de 12 de setembro, que votará a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Apesar de o texto ter chegado ao plenário pelas mãos de deputados da atual oposição, lideranças de partidos que integram a base do governo também endossaram a iniciativa.
Trata-se de mais uma ofensiva para tentar garantir a votação, uma vez que o dia marcado cai numa segunda-feira, que normalmente registra baixo quórum na Casa. Além disso, adversários de Cunha temem o movimento articulado por partidos como o PMDB de esvaziar o plenário em 12 de setembro para provocar o adiamento da votação da cassação para depois das eleições municipais, quando as chances de Cunha se salvar são maiores.
"A data é temerária", disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), um dos idealizadores do abaixo-assinado. "A gente está preocupado (com o quórum), por isso essa iniciativa", afirmou.
Até agora, já assinaram os líderes de PT, PSDB, PSB, DEM, PDT, PCdoB, PPS, PSOL e Rede. Outros deputados também fizeram questão de assinar o documento, como Maria do Rosário (PT-RS) e Henrique Fontana (PT-RS). A liderança do PMDB, partido de Cunha, não endossou o compromisso até o momento.
O banner foi estendido em frente à mesa da Presidência da Casa, no plenário. Entusiastas da iniciativa posaram para fotos junto ao documento e chegaram a pedir que registrassem em vídeo o momento da assinatura.
"Por respeito à sociedade e cumprindo nosso dever, nós, líderes partidários, garantimos a presença maciça de nossas bancadas na sessão marcada para o dia 12/9, que apreciará a REP nº 01/2016 do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, com pedido de cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha", diz o texto.
Após a adesão inicial, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu aos parlamentares que retirassem a faixa daqui alguns minutos. "Já ficou público o comprometimento da maioria dos líderes", justificou.
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