Presidente da UGT diz não crer em envio da reforma da Previdência nesta semana
"Antes de estar definido no cargo, o presidente se comprometeu que toda e qualquer mudança na área trabalhista viria após diálogo com as centrais, o que ainda não ocorreu", disse Patah, ressaltando que não há reuniões marcadas entre sindicalistas e governo para esta semana. "Não dá para colocar uma MP com essa responsabilidade sem ter diálogo com os trabalhadores."
Segundo ele, a promessa de Temer feita a apenas "10 parlamentares" não pode passar por cima de um compromisso com os trabalhadores. "Eu imagino que, pela sensibilidade que tem, ele vai valorizar os diálogos nos dois lugares, mas entre 10 parlamentares e 50 milhões de trabalhadores acho que ele vai preferir o povo", afirmou.
Por pressão da cúpula do PSDB, Temer acertou no início do mês que a proposta seria enviada até o dia 30 deste mês. Perto da eleição, a proposta teria menor influência política na campanha, agradando aos parlamentares da base, e faria com que Temer cumprisse a palavra com o PSDB no compromisso de enviar o texto ainda neste mês, evitando assim de ser acusado de "estelionato eleitoral", caso deixasse para fazê-lo depois da eleição.
Patah disse que o ministro Geddel afirmou que o texto da reforma ainda não está pronto, mas há algumas questões definidas, como a idade mínima de 65 anos. "Não entramos nos detalhes", disse. Segundo ele, a conversa de hoje serviu para que os sindicalistas mostrassem sua preocupação com o tema. "Nós temos ouvido de vários setores do governo informações da reforma trabalhista e previdenciária e isso nos deixa muito inseguros", disse. "Viemos ver com clareza a postura o governo."
Para Patah, Geddel mostrou "sensibilidade" com os movimentos dos trabalhadores. "Entendemos que nesta semana não vai haver nenhuma surpresa no Congresso que trate da reforma da Previdência", disse.
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