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Lula: Haddad pode ser forma de enfrentar política de desmonte do governo federal

27/09/2016 22h15

São Paulo (27) - Em evento chamado de "Noite da Virada" pela reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT), na Casa de Portugal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (27) que a vitória de seu ex-ministro significará uma forma de enfrentamento às políticas do governo do presidente Michel Temer.

Em um discurso de 13 minutos, o qual Lula disse que seria "o discurso mais curto" de sua vida, ele criticou a proposta de um teto para os gastos públicos, conforme proposto pelo governo federal. "É importante ter em conta que precisamos ter um prefeito sério, responsável, governando a cidade mais importante da América Latina e que pode fazer frente ao pessoal que por não saber governar só sabe cortar orçamento", disse Lula.

Para o ex-presidente, não é possível resolver os problemas da saúde e da educação zerando o crescimento nos gastos. Ele criticou aqueles candidatos que propõe melhorar a saúde apenas "com gestão".

Lula dirigiu críticas ao ministro da Educação, Mendonça Filho, pelas mudanças no currículo do Ensino Médio editadas por Medida Provisória. "Não vai ter Filosofia, Sociologia e nem Educação Física. Olha a qualidade dos nossos ministros e olha a qualidade do Mendoncinha", disse Lula.

O ex-presidente falou que a última coisa que o atual ministro fez foi aprovar o projeto que permitiu que Fernando Henrique Cardoso fosse reeleito em 1998, "a que preço a gente não sabe". Como deputado federal, Mendonça Filho foi autor da emenda da reeleição, um ano antes de FHC ser eleito para o segundo mandato na Presidência da República.

Lula atacou os dois adversários de Haddad que estão à frente nas pesquisas de intenção de voto. "O FHC disse na eleição passada que Dilma só tinha ganho porque o povo mais atrasado tinha votado nela. É impossível que São Paulo tenha tanta gente atrasada para votar no Doria e no Russomanno", afirmou.

Lula cobrou de Haddad, durante o discurso, que o candidato seja mais emocional nas suas falas para poder chegar ao segundo turno. "Mas ele hoje conseguiu se superar, eu não tinha visto um discurso como hoje", elogiou. Lula convocou os militantes para ir para ruas nos últimos quatro dias de campanha e garantir a reeleição do petista.