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Suspeito de ser operador de Cabral tentou fugir com R$ 22 mil em maleta, diz procurador

No Rio

24/11/2016 14h39

A Procuradoria da República no Rio de Janeiro aponta que Wagner Jordão Garcia, um dos operadores do esquema de corrupção e propinas atribuído ao ex-governador do Estado Sérgio Cabral (PMDB), tentou fugir da Operação Calicute carregando uma maleta com R$ 22 mil em dinheiro vivo.

A PF foi à casa de Wagner Jordão Garcia, em Ipanema, zona sul do Rio, no dia 17 de novembro, para cumprir um mandado de prisão preventiva contra ele.

Jordão é suspeito de ser o encarregado de receber os valores da "taxa de oxigênio" para Hudson Braga, ex-secretário de Obras do Governo Cabral. Todos foram presos na Calicute.

O episódio da maleta foi relatado por um procurador de República que acompanhava as diligências da Polícia Federal e transcrito pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do Rio, em despacho nesta quarta-feira (23).

"Relata o órgão ministerial que o investigado Wagner Jordão Garcia no dia 17 de novembro de 2016, por ocasião do cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão em sua residência, manifestou nítida intenção de evadir-se do local, uma vez que às 5h55, desceu pelo elevador portando uma maleta com cerca de R$ 22 mil em espécie. O fato foi relatado pelo Procurador da República que supervisionava a diligência na residência do investigado", registrou Marcelo Bretas.

Os investigadores flagraram Jordão logo que ele desceu do elevador do prédio levando a maleta nas mãos. Eram 5h55. A Calicute estava na garagem esperando dar 6h para entrar em ação.

"O investigado desceu pelo elevador, com uma maleta na mão, pronto para evadir-se do local, oportunidade em que foi abordado pelo delegado Alessandro Moraes, que pediu sua identificação e, após a confirmação de que se tratava do investigado, informou-lhe de que não poderia deixar o local", informa Procuradoria.

"Durante as buscas, já no apartamento do investigado, foram encontrados, na maleta com o qual o investigado pretendia deixar o local, cerca de R$ 22 mil em espécie, os quais, no entanto, deixaram de ser apreendidos em razão de constar no mandado de busca e apreensão que só deveriam ser apreendidas quantias superiores a R$ 30 mil."

Segundo a investigação do Ministério Público Federal, Wagner Jordão Garcia foi citado por quatro delatores - Alberto Quintaes e Rafael Campello, pela empreiteira Andrade Gutierrez, e Rodolfo Muntuano e Roque Manoel Meliande, pela empreiteira Carioca Engenharia - como o homem da 'taxa de oxigênio' do esquema de Cabral.

Os delatores relatam pagamentos a Jordão 'sempre nas imediações da Secretaria de Obras, no centro do Rio'. O mesmo sistema de repasse era adotado para outros 'representantes do Governo do Estado do Rio de Janeiro'.

Wagner Jordão Garcia, segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, está preso na Penitenciária Bandeira Stampa, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

Sérgio Cabral está preso na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu. O ex-governador divide cela com mais cinco internos, de nível superior, que também foram presos na mesma operação: José Orlando Rabelo, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, Hudson Braga, Luiz Paulo Reis e Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves.