Topo

Doria quer empréstimo de R$ 1 bilhão para saúde

O prefeito eleito em São Paulo, João Doria - Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
O prefeito eleito em São Paulo, João Doria Imagem: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Em São Paulo

20/02/2017 08h55

A gestão João Doria (PSDB) vai pedir ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) um empréstimo de R$ 1 bilhão para usar na área de saúde. Um dos principais objetivos é concluir as obras em hospitais da capital paulista não terminadas pela gestão passada.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara, os recursos serão destinados aos hospitais da Brasilândia, na zona norte de São Paulo, e de Parelheiros, na zona sul. O ex-prefeito havia prometido deixar ambos prontos até o fim de 2016, mas não cumpriu a promessa.

O montante pretendido pela gestão Doria também deverá financiar a reforma do Hospital Sorocabana, na Lapa, zona oeste, e 14 UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento). "Mas tem muito mais coisa além disso. Envolve treinamento de pessoas, capacitação, softwares de gestão. É enorme", afirmou Pollara ao jornal "O Estado de S. Paulo".

De acordo com o secretário, o empréstimo permitirá remanejar a verba reservada para essas obras para outras ações na área da saúde. "Tinha um orçamento previsto (para as obras), mas esse dinheiro (do empréstimo) iria facilitar muito porque poderíamos tirar o dinheiro do Tesouro implicado nisso e colocar em outras coisas", afirmou.

O secretário afirmou ainda que o empréstimo já foi aprovado pelo BID, mas a transação agora depende de um aval de órgãos federais. "O que precisamos é de uma aprovação do Ministério do Planejamento para ver se o Município de São Paulo tem essa capacidade de endividamento", declarou.

Pollara e o presidente da São Paulo Negócios, Juan Quiros, se reúnem nesta semana com representantes do BID para tratar da negociação.

Privatizações

Em outra frente para conseguir mais recursos, Doria pretende dividir em dois a SP Negócios, empresa de economia mista vinculada à Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento.

O empresário Wilson Poit, secretário de Desestatização, vai comandar a SP Parcerias, empresa que será criada para estruturar e colocar em prática as privatizações, uma das principais bandeiras da administração tucana.

O pacote de desestatizações proposto pelo prefeito é composto por 55 itens. Inclui grandes privatizações, como a do Anhembi e a do Autódromo de Interlagos, e também concessões, como a do Estádio do Pacaembu e dos parques. Doria prevê que todo o plano será colocado em prática neste ano, com reflexos em 2018 e 2019.

Outro braço da SP Negócios será transformado em uma organização social privada (OS) e terá à frente Juan Quirós, hoje presidente da empresa de economia mista. Caberá a ele a tarefa de promover as exportações de empresas paulistanas, atrair investimentos para parcerias público-privadas (PPPs) e promover rodadas de negócios com comerciantes, por meio das prefeituras regionais.

Na semana passada, Doria também disse que pretende repassar o gerenciamento de seu pacote de desestatização a bancos nacionais e internacionais. A ideia é que as instituições ajudem nas negociações com fundos de investimentos ou investidores diretos.

O Credit Suisse deve ser uma das três instituições internacionais a serem nomeadas pelo prefeito. Ela vê potencial em projetos relacionados ao desenvolvimento imobiliário, ao futebol e aos parques. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".