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Doria diz que testes de bilhete único no celular começam até junho nos ônibus

Juliana Diógenes

São Paulo

26/04/2017 10h38

Após fazer um trajeto de ônibus pela terceira vez desde que assumiu a Prefeitura de São Paulo, desta vez com saída do Terminal Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da capital, João Doria (PSDB) anunciou que até junho serão feitos os primeiros testes de uso do bilhete único com celular nos ônibus. Até 2020, o prefeito quer abolir o cartão físico do bilhete único e, consequentemente, os cobradores e o atual modelo de catracas.

Doria saiu do Terminal às 5h50 na linha 9501-10 em direção ao Largo do Paiçandu, na região central. Ao percorrer corredores de ônibus, como os das Avenidas Inajar de Souza e Marquês de São Vicente, o coletivo chegou ao destino final às 6h40, totalizando 50 minutos de trajeto.

Esta foi a terceira visita do prefeito: em fevereiro, Doria saiu do Terminal Capelinha, na zona sul, e, em março, do Terminal Sapopemba, zona leste. Os três trajetos tiveram como ponto final o centro da cidade.

Segundo o prefeito, a nova tecnologia que vai substituir o cartão do bilhete único pelo celular já existe e foi uma experiência trazida de Seul, na Coreia do Sul, onde esteve há duas semanas. O bilhete único representa, de acordo com Doria, 94% de todo o sistema - outros 6% ainda fazem pagamento em dinheiro.

"O dinheiro vai desaparecer e, muito rapidamente, vai desaparecer o cartão também. Você vai utilizar o celular", afirmou. "Vamos testar muito em breve. No final de maio, começo de junho, vamos ter uma linha ou duas testando o uso do celular como meio de pagamento para começar a fazer essa experiência que, lá em Seul, é generalizada. Lá nem usa mais cartão."

No interior dos ônibus e nos terminais, serão disponibilizados carregadores para baterias dos celulares que estejam descarregados. O tucano explicou que o uso do celular é uma forma de combater as fraudes no bilhete único.

Sanar as fraudes no sistema é uma das bandeiras da gestão do prefeito, que quer repassar a administração do cartão para bancos privados. Pelo bilhete, circulam cerca de R$ 18 bilhões por ano.

A São Paulo Transporte (SPTrans) estima que existam 14,3 milhões de cartões ativos na cidade, mas não consegue precisar o tamanho do prejuízo com as fraudes.

"O sistema colocado no celular é antifraude. Se perder ou tiver furtado o seu celular, ele não pode ser utilizado por outra pessoa", disse o prefeito.

Fim dos cobradores

Com a mudança, a figura dos cobradores deixará de existir ao longo dos quatro anos. Doria garantiu que nenhum cobrador ficará desempregado. "O nosso compromisso com o sindicato e com os cobradores é que eles sejam reempregados, nas próprias empresas que estão trabalhando, como motoristas ou em funções administrativas. Ou seja, nenhum desemprego. Zero", ressaltou.

Na nova licitação para concessão do sistema de ônibus à iniciativa privada, com edital previsto para lançamento até 30 de junho, haverá itens com recomendação de adaptação das catracas. "Nem serão mais catracas. Esse nome nem vai existir mais. São leitores óticos de alta velocidade", destacou Doria.