Com tecidos e imaginação, artesãs criam lembranças para crianças e adultos
"Fiquei maravilhada quando vi que tinha isso de transformar desenhos em bonecos. Minha filha já é adulta e passou cinco anos no México. Na arrumação para a viagem, vi os desenhos e achei lindo. Sem ela saber, peguei as folhas, tirei as fotos e mandei", conta a professora.
A atriz e marionetista Daiane Baumgartner, de 33 anos, recebeu as imagens e iniciou o processo de fabricação do boneco. O passo a passo foi fotografado e encaminhado para Beatriz. Desde dezembro do ano passado, Daiane tem feito bonecos com base na imaginação das crianças. Tudo começou quando ela confeccionou uma representação de seu gato de estimação. Uma foto foi para a internet e logo vieram os pedidos.
"As pessoas gostaram e começaram a encomendar animais, pessoas e personagens. No Natal, uma amiga pediu para eu fazer dos desenhos dos sobrinhos. Eram três super-heróis que eles tinham inventado. E assim surgiu a Puppen. Atualmente, é o trabalho mais forte que tenho."
Daiane produz cerca de dez bonecos por mês, e tudo é feito à mão. Ela prepara os moldes dos bonecos de tecido, costura, faz o preenchimento, borda os detalhes. "Olho as texturas e procuro os tecidos que ficam o mais próximo possível. Também pinto, bordo, crio o rosto e cabelo. Leva uns cinco dias para cumprir essas etapas."
O produto custa a partir de R$ 70, a depender da quantidade de detalhes do desenho original. "Cada boneco tem um preço. Depende do tempo e do trabalho que vou ter com molde, costura, pintura e bordado." Ela também faz modelos com base em fotos de pessoas. "Tento aproximar o máximo possível o cabelo, a roupa e algumas características da pessoa."
Proprietária da Trapos e Monstros, a empresária Caroline Barbarioli, de 34 anos, começou a produzir bonecos em 2012, após realizar o trabalho em Portugal. "Foi uma surpresa muito boa, porque teve uma aceitação rápida. É um trabalho sazonal, tenho mais pedidos no Natal e no Dia das Crianças, mas é muito gratificante. É diferente ganhar um boneco desses e um brinquedo de uma loja."
Caroline diz que, além de preservar os detalhes dos desenhos originais, a segurança é sempre levada em consideração no processo de produção. "Não uso cola nem botão, nada que seja perigoso. É preciso ter cuidado com segurança, e a experiência como mãe ajuda bastante. Uso, por exemplo, enchimento antialérgico." Ela tem um filho de 9 anos que é fã do trabalho: "Fica no meu pé para eu fazer os bonecos para ele".
Nas nuvens
Quando recebeu os bonecos, Beatriz não conseguiu conter a emoção. "Fico emocionada só de falar. Qual mãe não fica nas nuvens por ter a possibilidade de ver o desenho transformado em algo tão real e verdadeiro? Não tem presente mais emocionante do que esse."
O que a professora não sabia é que o desenho feito há mais de 20 anos não tinha um significado fofo, o que rendeu uma história divertida para a família. "O desenho era uma menina e um menino. Na minha cabeça, ela tinha desenhado a mim e o avô. Mandei fazer sem perguntar a história. Quando mostrei os bonecos, todo mundo se entusiasmou, mas o tema era uma invasão: as bolinhas no rosto eram sarampo, e o dedão estava saindo do pé porque estava inchado. Ela tinha desenhado uma catástrofe e disse: Mãe, você transformou meu pesadelo em realidade!. Mas ficou muito lindo."
A empresária Viviane Jardim, de 41 anos, encomendou há seis meses um boneco representando seu filho caçula, de 6 anos. Mas não é a primeira vez que ela faz esse tipo de compra. O primeiro foi a representação de um amigo imaginário do filho Enzo, de 9 anos, feito há três anos. "Foi uma forma de eternizar a imaginação do meu filho. É um presente que não existe em outro lugar para comprar, é para a vida inteira."
Como os filhos gostam de desenhar e estão aperfeiçoando cada vez mais o traço, Viviane quer continuar fazendo encomendas. "Gosto de estimular a parte criativa. Tenho uma pasta com os desenhos e pretendo continuar mandando fazer os bonecos até eles ficarem adolescentes. Até eles falarem: Mãe, para com isso", diverte-se. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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