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Presidente da CCJ nega pressão por relatoria

Presidente da CCJ na Câmara, Rodrigo Pacheco - Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados
Presidente da CCJ na Câmara, Rodrigo Pacheco Imagem: Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

Daiene Cardoso

Brasília

22/09/2017 09h05Atualizada em 22/09/2017 09h28

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB-RJ), deve anunciar na próxima terça-feira o nome do deputado indicado para relatar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, por organização criminosa e obstrução da Justiça. Diferentemente da primeira, barrada pelo plenário da Câmara, Pacheco disse que agora não vem sofrendo pressões, seja do governo, seja da oposição, para a indicação do nome.

"Pressão nenhuma. Está bem mais ameno", disse o peemedebista. Como na primeira denúncia, Pacheco deve indicar para a relatoria do caso um parlamentar que seja advogado e repete o discurso de que escolherá um técnico, com "autoridade para exercer esse papel".

O vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), vai preparar uma lista de parlamentares "isentos" para oferecer como sugestão de relator a Pacheco. Mansur vai relacionar nomes dos deputados que não votaram na sessão que derrubou a primeira denúncia, tanto na CCJ como no plenário. Embora o governo avalie que o clima da votação agora é mais favorável, o vice-líder disse ser importante indicar um relator cujo posicionamento político sobre as investigações contra Temer seja desconhecido.

Mansur afirmou que passará os próximos dias monitorando os parlamentares. "Vou sentir a temperatura dos deputados. Às vezes tem alguém com febre que precisa ser medicado", afirmou, em tom de ironia. Sem promover mudanças na CCJ, como ocorreu na tramitação da primeira denúncia, atualmente os governistas dizem ter 40 votos contrários à acusação do total de 66 titulares. Por isso, a pressão sobre Pacheco estaria menor.

O argumento que a base governista usará na defesa de Temer será de que a denúncia se refere a atos supostamente praticados antes do mandato de presidente da República e tem como base delações sob suspeita.

Pedido

Partidos como PSDB e DEM já pediram para que o relator escolhido não seja membro de suas bancadas, mas Pacheco sinalizou que pode não atender aos apelos. Os partidos não querem sofrer o desgaste de assumir o papel. O peemedebista não esconde a "simpatia" por Marcos Rogério (DEM-RO) e Evandro Gussi (PV-SP).

Os aliados também apostam que o presidente da CCJ não comprará nova "briga" com o Palácio do Planalto como da primeira, quando Pacheco escolheu Sérgio Zveiter (ex-PMDB e hoje Podemos-RJ) para relatar o processo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.