Grupo anarquista que atacou sedes policiais e partidos é alvo de operação no RS
Um grupo autointitulado anarquista foi alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira (25), na região metropolitana do Estado e na capital gaúcha. Segundo a investigação que resultou na Operação Érebo, estudantes de cursos de pós-graduação, na faixa dos 25 a 35 anos, organizaram ao menos 11 ataques com coquetéis molotov a sedes policiais, de partidos políticos, bancos, concessionárias de veículos, uma igreja católica e prédios de entidades judaicas na capital gaúcha.
O primeiro caso registrado, em 2013, foi o incêndio de três viaturas dentro do pátio da sede da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Em um dos ataques mais recentes, em julho deste ano, o grupo espelhou protestos anarquistas que ocorriam durante a cúpula do G-20, na Alemanha, e ateou fogo em um carro em frente ao consulado alemão em Porto Alegre, segundo a polícia.
Os investigados teriam organizado um livro - 'Bem-vindo ao inferno', que também foi o título da ação coordenada contra o G-20 - e cartilhas nos quais admitem e vangloriam-se das ações. Nenhum integrante foi preso nesta terça, quando foram cumpridos apenas mandados de busca e apreensão. Com o material coletado, o delegado Paulo César Jardim, responsável pela investigação, acredita ter provas suficientes para que a Justiça autorize prisões.
Foram identificadas cerca de dez pessoas consideradas líderes do grupo, que conta com brasileiros e estudantes intercambistas bolivianos, chilenos, uruguaios, franceses, entre outros. Jardim revelou que alguns são alunos dos cursos de mestrado e doutorado em Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
"Prefiro chamá-los de 'quadrilheiros do mal', sem citar grupos específicos. Tentam causar pânico na cidade. Eles repudiam qualquer autoridade e poder constituídos", disse o delegado, titular da 1ª DP de Porto Alegre, em entrevista coletiva.
Em um dos casos, uma funcionária de uma loja de carros importados ficou ferida e os envolvidos devem ser indiciados por tentativa de homicídio. O delegado espera concluir a investigação em até 30 dias, com mandados de prisão a serem cumpridos.
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