Topo

Maioria dos deputados do PSDB vota contra Temer

Daiene Cardoso, Felipe Frazão, Isadora Peron e Renan Truffi

Brasília, 26

26/10/2017 00h14Atualizada em 26/10/2017 01h27

Além dos tucanos, DEM, PSD, PTB e o próprio PMDB entregaram menos votos ao governo nesta quarta-feira (25) do que na primeira denúncia em agosto, quando o presidente Michel Temer foi acusado pelo crime de corrupção passiva.

No caso do PSDB, o cenário foi ainda pior para o governo, já que a maioria da bancada votou contra Temer desta vez. Foram 23 votos a favor da continuidade da investigação e somente 21 a favor do presidente. Na primeira votação, a bancada já havia rachado, mas na época os tucanos deram 22 favoráveis ao presidente da República e 21 contra.

O resultado final na bancada tucana mostrou um distanciamento entre o partido e o governo. O desfecho foi interpretado como uma derrota do senador mineiro Aécio Neves (PSDB-MG), que era considerado o principal responsável pela manutenção da aliança entre os dois partidos. De agosto para cá, Aécio chegou a ser afastado das funções parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), Temer obteve 23 votos em agosto e apenas 20 agora. O deputado Abel Mesquita (RR) foi um dos que havia votado contra o prosseguimento da denúncia e, desta vez, votou a favor da continuidade da investigação.

Temer também perdeu votos no PSD, do ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia). O líder da bancada, deputado Marcos Montes (MG), já havia avisado que o número de descontentes na bancada havia crescido. Os deputados Heuler Cruvinel (PSD-GO), Delegado Éder Mauro (PSD-PA), Jaime Martins (PSD-MG), João Paulo Keinübing (PSD-SC) mudaram os votos desta vez e tiraram o apoio a Temer.

No PMDB, partido de Temer, a quantidade de votos favoráveis ao governo foi menor, mas isso aconteceu porque a bancada do partido na Câmara diminuiu.

Outros partidos, no entanto, entregaram mais votos a Temer. Esse foi o caso do PR, PSC e PRB. No partido do ministro Marcos Pereira (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), o PRB, Carlos Gomes (RS), Ronaldo Martins (CE) e César Halum (TO) votaram contra o governo na primeira denúncia e, agora, ajudaram a enterrar a segunda denúncia.