Atirador de escola de Goiânia ficará 3 anos internado
A reclusão de 3 anos é a pena máxima que o garoto poderia receber, conforme previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A advogada da família do adolescente, Rosângela Magalhães, afirmou que chegou a apresentar um pedido de semiliberdade para o garoto, o que lhe daria a possibilidade de voltar para casa à noite, mas a solicitação foi rejeitada.
"Essa decisão era esperada, com base nos fatos. A nossa preocupação constante mesmo é garantir a segurança dele. Não tem local que garanta isso aqui em Goiânia, onde ele correria risco de morte. Por isso, deve permanecer no local onde já estava", disse Rosângela. A família do jovem recebeu ameaças, segundo a advogada.
De acordo com Rosângela, o caso passará por reavaliações a cada seis meses, podendo abrir a possibilidade de que a internação seja, eventualmente, reduzida. "A gente sabe que a possibilidade de uma saída ocorrer daqui a seis meses é nula. Isso só tem alguma possibilidade de acontecer daqui a dois anos", comentou.
A defesa do adolescente esperava a conclusão de laudos psicológicos e psiquiátricos. Segundo Rosângela, esses laudos não apresentaram nenhuma anomalia ou patologia. De acordo com a defesa, o jovem sofria bullying por parte dos colegas.
Abatimento
Nesta terça-feira, 28, durante o anúncio da sentença, o garoto permaneceu quieto. "Ele estava muito abatido, calado. A gente já vinha preparando ele para essa hipótese, dizendo que não havia outro caminho", disse.
No internato, o adolescente terá direito a, no máximo, duas horas de visitação por semana. A previsão é de que fique em local isolado, convivendo com os demais apenas em horários de alimentação e banho de sol.
Rosângela Magalhães disse que a lei abre espaço para apresentação de recurso nos próximos dez dias. "Temos essa possibilidade, mas a ideia é não recorrer", comentou.
O caso
O garoto é filho de policiais militares. A mãe atua na área administrativa, em cursos de formação de policiais da Academia da corporação. O pai, o major Divino Aparecido Malaquias, trabalha na Corregedoria da polícia e já foi comandante do Batalhão da PM que faz a segurança do complexo prisional de Aparecida de Goiânia.
Na manhã de 20 de outubro, o estudante sacou uma arma que havia levado dentro da mochila no intervalo entre aulas e atirou contra seus colegas em uma sala do 8.º ano de um colégio particular de um bairro de classe média. A pistola pertencia à mãe do rapaz, que agora responde a inquérito militar pelo episódio. O jovem alegou sofrer bullying dos colegas.
Os adolescentes João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, ambos de 13 anos, morreram no local. Outros quatro alunos - Yago Marques e Marcela Macedo, de 13 anos, Lara Borges e Isadora de Morais, de 14 - também foram atingidos pelos disparos, mas escaparam com vida. Isadora ficou paraplégica e hoje passa por tratamento em um centro de reabilitação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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