Garotinho recorreu a 'jejum' para fazer as pessoas refletirem, diz filha
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) do Rio informou em nota que o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) recusou as refeições oferecidas neste domingo. Segundo a Seap, o ex-governador "passou por atendimentos médicos e passa bem".
Filha do ex-governador, Clarissa Garotinho (PRB), deputada federal licenciada por exercer o cargo de secretária municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação do Rio, declarou que "essa situação é difícil". Clarissa visitou o pai em Bangu 8 todos os dias em que as visitas são permitidas.
"Ontem (sábado) minha mãe (Rosinha Garotinho) foi até lá com dois dos meus irmãos, mas eles não foram recebidos. Apenas mandou entregar uma carta à minha mãe", contou.
Clarissa não quis fazer juízo sobre a decisão do pai em se privar da alimentação. "Sei que pra muita gente não faz diferença, mas ele não usou o termo greve de fome e sim jejum por tempo indeterminado acompanhado de oração", declarou. "Acredito que ele recorreu a um ato extremo como forma de tentar fazer as pessoas refletirem no que está acontecendo. Não posso julgá-lo por uma decisão que está carregada do sentimento de revolta e injustiça que ele está sofrendo."
'Perseguição'
Mais uma vez, Clarissa Garotinho criticou a prisão do ex-governador do Rio. "Meu pai é o único político no Brasil preso por suposto crime eleitoral de caixa 2. Isso já seria um absurdo por si só, se não fosse o fato de que nesse processo não houve coleta de depoimento, tampouco julgamento", comentou.
Segundo ela, Anthony Garotinho é perseguido devido a denúncias que faz contra políticos do Estado. "Esse grupo de Campos não age sozinho, mas amparado por integrantes da quadrilha de Sérgio Cabral que tem seus braços em várias instituições no Estado. Isso é uma tentativa de calá-lo pelas denúncias que ele fez contra esse grupo criminoso que arruinou o Rio de Janeiro e cujas investigações da Lava Jato no Rio de Janeiro confirmaram que ele tinha razão", apontou.
Cabral está preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, com outros ex-integrantes de seu governo e políticos ligados a ele que comandavam a Assembleia Legislativa do Rio, acusados de corrupção e outros crimes. Ele admite ter cometido apenas o crime de caixa 2, considerado menos grave.
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