Na prisão, Garotinho anuncia greve de fome como "grito de desespero contra injustiças"; veja carta
O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho enviou uma carta à direção do presídio Bangu 8, onde está detido desde o fim de novembro, na qual anuncia que está em greve de fome por tempo indeterminado.
Na carta, Garotinho afirma que é vítima de uma “injustiça” e que, por isso, está cometendo este "ato extremo". Ele pede para que seja ouvido por um representante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para comunicar supostas irregularidades de juízes e promotores que atuaram em seu caso.
Garotinho diz ainda que está preso em função das acusações que fez contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).
No texto, ele renuncia ainda o direito ao banho de sol e diz que também não irá receber visitas de advogados e familiares.
Inicialmente levado para a Cadeia Pública Frederico Marques, em Benfica, onde Cabral também está preso, Garotinho foi transferido para Bangu 8, no Complexo de Gericinó, após alegar ter sido agredido durante a sua primeira madrugada na prisão.
Garotinho afirma que sua cela foi invadida por um homem com um taco de beisebol. O suspeito teria então aplicado golpes e o ameaçado.
As imagens do circuito interno do presídio, no entanto, não mostram ninguém entrando na cela em que o ex-governador estava. A defesa de Garotinho alega que há um "vácuo" nas imagens no momento da agressão. A Polícia Civil investiga o caso.
Em entrevista ao UOL, a filha do ex-governador, Clarissa Garotinho, confirmou que se trata da caligrafia do pai, com quem ainda não conversou sobre o jejum. “Estamos sendo vítimas de muitas injustiças provocadas pelo grupo de Sérgio Cabral que se espalhou por diversas instituições do Estado”, afirma.
Essa não é a primeira vez que Garotinho faz greve de fome. Em 2006, o ex-governador disse estar sendo vítima de uma “campanha sórdida” depois da publicação de uma série de reportagens que citavam irregularidades em sua pré-campanha à presidência.
Garotinho foi preso sob a acusação de comandar uma organização criminosa que arrecadava recursos ilícitos para campanhas eleitorais dele e de aliados. Um delator revelou ter sido orientado a fechar um contrato de fachada com a JBS para repassar o dinheiro ao caixa dois da campanha de Garotinho ao governo do Rio em 2014.
O grupo é acusado pelo Ministério Público de ter um "braço armado" --um policial civil aposentado, também preso, seria o responsável por intimidar doadores e recolher a verba.
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