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Na prisão, Garotinho anuncia greve de fome como "grito de desespero contra injustiças"; veja carta

24.nov.2017 - Garotinho está preso preventivamente em presídio de Bangu 8 - Domingos Peixoto/Agência O Globo
24.nov.2017 - Garotinho está preso preventivamente em presídio de Bangu 8 Imagem: Domingos Peixoto/Agência O Globo

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

15/12/2017 16h58

O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho enviou uma carta à direção do presídio Bangu 8, onde está detido desde o fim de novembro, na qual anuncia que está em greve de fome por tempo indeterminado.

Na carta, Garotinho afirma que é vítima de uma “injustiça” e que, por isso, está cometendo este "ato extremo". Ele pede para que seja ouvido por um representante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para comunicar supostas irregularidades de juízes e promotores que atuaram em seu caso.

Garotinho diz ainda que está preso em função das acusações que fez contra o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

No texto, ele renuncia ainda o direito ao banho de sol e diz que também não irá receber visitas de advogados e familiares.

Inicialmente levado para a Cadeia Pública Frederico Marques, em Benfica, onde Cabral também está preso, Garotinho foi transferido para Bangu 8, no Complexo de Gericinó, após alegar ter sido agredido durante a sua primeira madrugada na prisão.

Garotinho afirma que sua cela foi invadida por um homem com um taco de beisebol. O suspeito teria então aplicado golpes e o ameaçado.

As imagens do circuito interno do presídio, no entanto, não mostram ninguém entrando na cela em que o ex-governador estava. A defesa de Garotinho alega que há um "vácuo" nas imagens no momento da agressão. A Polícia Civil investiga o caso.

Em entrevista ao UOL, a filha do ex-governador, Clarissa Garotinho, confirmou que se trata da caligrafia do pai, com quem ainda não conversou sobre o jejum. “Estamos sendo vítimas de muitas injustiças provocadas pelo grupo de Sérgio Cabral que se espalhou por diversas instituições do Estado”, afirma.

Essa não é a primeira vez que Garotinho faz greve de fome. Em 2006, o ex-governador disse estar sendo vítima de uma “campanha sórdida” depois da publicação de uma série de reportagens que citavam irregularidades em sua pré-campanha à presidência.

Garotinho foi preso sob a acusação de comandar uma organização criminosa que arrecadava recursos ilícitos para campanhas eleitorais dele e de aliados. Um delator revelou ter sido orientado a fechar um contrato de fachada com a JBS para repassar o dinheiro ao caixa dois da campanha de Garotinho ao governo do Rio em 2014.

O grupo é acusado pelo Ministério Público de ter um "braço armado" --um policial civil aposentado, também preso, seria o responsável por intimidar doadores e recolher a verba.

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Band News