Topo

Motorista de atropelamento em Copacabana deve ser enquadrado em homicídio culposo

Antônio Anaquim disse ter perdido o controle do veículo - Reprodução/Facebook/Antônio Anaquim
Antônio Anaquim disse ter perdido o controle do veículo Imagem: Reprodução/Facebook/Antônio Anaquim

Constança Rezende

Rio

19/01/2018 13h39

O delegado Gabriel Ferrando, da 12ª Delegacia de Polícia (Copacabana), diz que a principal linha investigativa sobre acidente em Copacabana na noite desta quinta-feira (18), é que o motorista Antonio de Almeida Anaquim, 41, tenha sofrido um evento epilético. De acordo com o delegado, o motorista contou em depoimento que teria tido uma espécie de disritmia, decorrente desse episódio epilético. Por isso, Anaquim deverá ser enquadrado em homicídio culposo (sem intenção).

"Disritmia, ao contrário da convulsão que o indivíduo cai e fica se debatendo, causaria um apagão. Ele disse que já teve esse episódio há uns três, quatro anos. Ele disse que teve esse apagão no momento que estava conduzindo o veículo, o que ocasionou a manobra brusca", disse.

O delegado também afirmou que o motorista foi encaminhado imediatamente ao IML (Institito Médico Legal), onde, ainda durante a madrugada, foi descartada a possibilidade de Anaquim ter ingerido bebida alcoólica. Também foram incluídos pedidos de exames de urina.

Ferrando disse ainda que, pela manhã, houve uma oitiva "importantíssima" de uma mulher que estava com Anaquim no veículo. "Ela não seria uma pessoa muito próxima a ele e confirmou o ataque. Estamos agora recolhendo imagens e ouvindo testemunhas aguardando laudos periciais e trocando informações com o Detran", disse

Mais cedo, o Detran-RJ informou que o motorista estava com a carteira de habilitação suspensa. No entanto, Anaquim afirmou ao delegado que não recebeu nenhuma notificação do órgão sobre a suspensão.

Copacabana um dia após o atropelamento - Fábio Motta/Estadão Conteúdo - Fábio Motta/Estadão Conteúdo
19.jan.2018 - Trecho de Copacabana onde aconteceu o acidente estava vazio no dia seguinte ao atropelamento
Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo
Segundo o delegado, o fato agrava a situação do condutor. O policial explicou também que o Código de Trânsito Brasileiro diz que não configura situação para prisão em flagrante quando o motorista não foge do local do acidente.

"Estamos apurando na linha de um homicídio culposo. Mas vamos analisar a vida pretérita dele, se ele tinha consciência desse problema e se colocou em uma situação de imprudência", afirmou o delegado.

Australiano em estado gravíssimo

As vítimas do acidente foram levadas para hospitais municipais do Rio. Para o Miguel Couto, no Leblon, zona sul, foram levadas 11 pessoas. Até a manhã desta sexta-feira, quatro já haviam recebido alta médica. Entre os que permanecem internados, estão três crianças e um australiano em estado gravíssimo, que respira por aparelhos.

No Hospital Souza Aguiar, no centro da cidade, duas pessoas permanecem internadas. Uma, com fratura na perna, fará cirurgia hoje, e outra, com fratura no braço, deve ser transferida para um hospital especializado em ortopedia. Uma outra vítima deixou o hospital por volta das 3h, à revelia, sob a alegação de que precisava viajar de volta ao seu Estado de origem. Três pessoas haviam recebido alta hospitalar até a manhã de hoje.

Câmera grava o momento em que carro invade calçadão

redetv