Aula de bolsa de valores aos 14 anos
Em uma plataforma digital, os alunos investem em ações de empresas verdadeiras, e os preços variam de acordo com o seu desempenho no mercado.
O plano de investimento também deve ser ajustado ao perfil de um empresário real, como se os estudantes estivessem prestando uma consultoria financeira, e tomando decisões de compra e venda de ações para um cliente.
Um ranking com as escolas participantes, incluindo as dez participantes brasileiras, mede o desempenho financeiro de cada grupo na bolsa de valores e, ao fim da disputa, ganha quem tiver o relatório com as melhores justificativas para as decisões que tomou.
Ética como opção
Para uma competição que simula o investimento em bolsa de valores, os alunos do Colégio Santa Cruz se classificaram para a final, entre os 12 melhores do mundo, com uma estratégia incomum.
Em vez de focar nas ações que mais valorizavam quantitativamente, apostaram nas empresas com melhor desempenho em aspectos como responsabilidade social, ética e relações justas com fornecedores, além de bons indicadores de sustentabilidade.
Agora, os estudantes farão uma apresentação nos Estados Unidos, na etapa final do programa de educação financeira. "Tentamos nos apropriar mais dos conceitos de uma estratégia com análise qualitativa, fazer ecoar mais o caráter do nosso cliente e não só tentar ganhar o máximo de retorno possível", explicou Lucas Mazzuchelli, do 2.º ano do ensino médio. "A competição para a gente foi muito mais um passo de aprendizado do que ficar pensando em como ir melhor do que os outros", disse Gustavo Dias, do 3º ano, que foi quem descobriu a competição, na internet, reuniu os colegas e conversou com a escola.
Um professor de Matemática orientou os estudos, mas a estratégia do grupo foi definida pelos estudantes. A final está marcada para o dia 5 de maio. Os alunos do Santa Cruz devem participar por meio de videoconferência - uma vez que não deverão viajar para a Pensilvânia.
Diferencial
Na fase preliminar, a disputa já incluiu uma apresentação pública a empresários, profissionais renomados da Wharton School, escola americana vinculada à Universidade da Pensilvânia, e promotora do evento. A oportunidade assustou os alunos da zona sul.
Era a primeira vez que Jucélio Brandão, Luiza Lopes e Christopher Reis, todos de 14 anos, fariam uma apresentação para uma plateia de economistas e empresários - e em inglês. Estavam intimidados e nervosos.
Não bastasse o desafio, se deram conta que destoavam no figurino: vestidos com calça jeans, camiseta e peças do uniforme escolar, eram os únicos estudantes que não usavam terno ou traje formal.
Mais cedo, haviam pegado uma carona para sair da Cidade Ademar, na zona sul da capital, e chegar à sede do BTG Pactual, um dos maiores bancos de investimento do País, no Itaim-Bibi, onde ocorreria a apresentação. "A gente era novo no pedaço", disse Luiza. Seus colegas mantêm os estudos com bolsas parciais.
A impressão dos alunos é de que o grupo se prejudicou pelo nervosismo e pela defasagem no inglês, apesar de ter aplicado os conceitos de economia tão bem quanto os adversários. A maior parte do grupo já decidiu que quer participar novamente no próximo ano. "Tínhamos um conteúdo muito bom, mas não conseguimos nos apresentar direito porque foi nossa primeira vez", disse Luiza, líder do grupo, que está decidida fazer graduação em Economia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.