Crivella oferece ajuda a pastores em evento na sede da prefeitura do Rio
A notícia do encontro reservado foi divulgada pelo jornal O Globo, que esteve no evento. Segundo a reportagem, os pastores foram convidados para a reunião, chamada de "Café da Comunhão", por meio de mensagem no WhatsApp. Os organizadores chegaram a pedir que os participantes não registrassem o encontro. Além disso, solicitaram reivindicações por escrito, relações de suas igrejas e número de fiéis.
Crivella, que é bispo licenciado da Igreja Universal, discursou por mais de uma hora e exaltou o pré-candidato a deputado federal pelo PRB, Rubens Teixeira. A reportagem divulga áudios do encontro. Em uma deles, Crivella diz que, se "os irmãos" tivessem alguém na igreja com problema de catarata era só procurar um de seus assessores.
"É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar e, daqui a uma semana ou duas, eles estão operando", disse o prefeito no áudio gravado pelo jornal carioca.
O prefeito também ofereceu ajuda a pastores com problema no pagamento do IPTU. "Igreja não pode pagar IPTU, nem em caso de salão alugado. Mas, se você não falar com o doutor Milton, esse processo pode demorar e demorar. Nós temos que aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na Prefeitura para esses processos andarem. Temos que dar um fim nisso", disse.
Em nota, a prefeitura do Rio disse que a reunião citada "teve como objetivo prestar contas e divulgar serviços importantes para a sociedade, entre eles o mutirão de cirurgias de catarata e o programa sem varizes".
"Desde o início de sua gestão, o prefeito Marcelo Crivella já recebeu os mais diversos representantes da sociedade civil, para tratar dos mais variados assuntos, tanto em seu gabinete quanto no Palácio da Cidade", informou a prefeitura, por meio de nota
Denúncia
O PSOL vai entrar com uma denúncia no Ministério Público contra o prefeito do Rio por causa do evento. A partir da denúncia, o MP poderá avaliar se entrará com uma ação de improbidade administrativa contra o Crivella.
O partido de oposição avalia que o ato praticado pelo prefeito configura crime por violar os princípios da administração pública. Segundo alega, Crivella usou bem imóvel da Prefeitura em benefício de candidato, "para uma reunião que claramente era para propaganda eleitoral extemporânea". "Inclusive porque pediam que fossem levadas demandas e informava que os pré-candidatos seriam levados nas igrejas posteriormente", concluiu.
"O oferecimento de ajuda com o IPTU das igrejas e a cirurgias de catarata e varizes, além de ser um encontro secreto, como informado na reportagem, viola os princípios da imparcialidade e da legalidade, protegidos pela Lei de Improbidade Administrativa", acrescentou o PSOL.
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