Marina participa de ato e reza Pai Nosso na Secretaria de Justiça de São Paulo
A ex-senadora acompanhou por cerca de 20 minutos o discurso do líder da ONG e cumprimentou os sete jovens que estão simbolicamente acorrentados no pátio da secretaria há seis dias.
A reivindicação é pela assinatura da minuta do projeto de lei aprovado em 2015 pela Câmara, que institui cotas para negros, por sistema de pontuação, nos concursos públicos do Estado. Ao final, Marina rezou o Pai Nosso com os jovens e o Frei.
A legislação eleitoral proíbe que candidatos participem de atos sem convite ou peçam votos em prédios públicos. Segundo o advogado Alberto Rollo, especialista em direito eleitoral, o evento da manhã não constitui campanha. "Enquanto convidada por alguma razão, ok. Não podem pedir votos por ela, nem ela falar de campanha se discursar/agradecer", disse.
A candidata também negou que tenha sido um ato político. "Não é ato de campanha, vim só dar um abraço. Eu não posso abdicar da minha presença, não posso deixar de ser quem sou", respondeu, após ser questionada por jornalistas.
Ela lembrou dos tempos de protesto ao lado do seringueiro Chico Mendes, quando estavam "numa situação difícil". "A gente ficava muito querendo que alguma autoridade se solidarizasse."
A candidata não discursou no local, mas o líder da Educafro, Frei David, falou à imprensa. A entidade também divulgou uma carta em que denuncia o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o atual governador, Márcio França (PSB) de "não priorizarem as pautas da maior população negra do Brasil".
"Reivindicação é unicamente que Mário França pegue a lei já aprovada pelos deputados - parabéns deputado, vocês foram brilhantes - regulamente e bote em prática essa inclusão do negro no sérvio publico", disse o Frei, ao lado da candidata.
O secretário de justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, chegou a convidar a candidata para conversar em seu gabinete, mas ela não pode, por estar com a agenda atrasada. "A causa é boa, os termos e o método utilizado nos distanciam", disse. Questionado sobre a demora para regulamentar a lei, aprovada em 2015, Rosa disse "Porque é difícil, porque é polêmico."
A lei deve acabar regulamenta apenas em novembro, segundo o secretário. Rosa disse que o governador teme que politizem a regulamentação da medida em período eleitoral.
Cotas
Na agenda na sede da ONG, Marina defendeu as cotas e se comprometeu a ampliar o combate à discriminação, com foco na educação. "Precisamos das cotas para que a gente não fique mais comemorando as exceções. Que a gente comece a comemorar a regra de que os negros estão dentro das universidades, do Congresso e das empresas", disse. Marina se autodeclara negra.
Questionada se haveria cota nos seus ministérios para negros, ela disse que "não há um número", e que os ministros de um eventual governo seriam indicados por alinhamento programático e ética.
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