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Suspeito de desvios, prefeito de Mangaratiba está foragido

O município de Mangaratiba (RJ) - Divulgação
O município de Mangaratiba (RJ) Imagem: Divulgação

Roberta Jansen

Rio

01/09/2018 11h15

O prefeito interino de Mangaratiba (RJ), Vitor Tenório Santos (PDT), e os ex-presidentes da Câmara Municipal Edison Ramos e Pedro Bertino Jorge Vaz tiveram a prisão decretada e na sexta-feira (31) eram considerados foragidos da Justiça. De acordo com as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro, de janeiro de 2010 a agosto do ano passado, a Câmara Municipal de Mangaratiba gastou de forma irregular mais de R$ 17 milhões com viagens e cursos. O objetivo, segundo o MP do Rio, era desviar recursos públicos para os políticos investigados.

Durante o período em que o "esquema de viagens" esteve em vigor, os suspeitos autorizaram 6.691 diárias para eles mesmos. Alguns "detalhes" chamaram atenção dos investigadores, conforme o Ministério Público. Um deles é que a maioria dos "cursos" autorizados eram realizados na região Nordeste, principalmente em "cidades turísticas", como Maceió, Recife, Salvador e Porto Seguro, e sempre aos fins de semana.

As hospedagens, ainda de acordo com o MP do Rio, incluíam estadia em "resorts de luxo" e pagamentos de "despesas extras", bancadas com dinheiro público.

Curso

Em um dos casos, um curso custou aos cofres públicos mais de R$ 625 mil. Em comparação, segundo cálculo do MP-RJ, um mestrado em administração pública na FGV (Fundação Getulio Vargas) custa, no máximo, R$ 60 mil. Além disso, o Ministério Público considerou que os cursos realizados não tinham nenhuma relação com o interesse público, "servindo apenas para mascarar um esquema que oferecia vantagens econômicas" aos investigados.

Se comprovadas as suspeitas, os envolvidos vão responder por crimes como associação criminosa, desvio de dinheiro público e dispensa indevida de licitação. Os políticos também foram suspensos de suas funções públicas.

As defesas do prefeito de Mangaratiba e dos ex-presidentes da Câmara Municipal não foram localizadas pela reportagem. As informações são do jornal "O Estado de S.Paulo".