Em debate, economistas de presidenciáveis concordam que questão fiscal preocupa
Em meio a críticas dos pares no debate, o economista Guilherme Mello, da campanha de Fernando Haddad (PT), afirmou que o País precisa assumir que o tamanho da recessão brasileira não pode ser atribuído à condução da economia pelos governos do PT. "Não temos problemas em reconhecer erros na política econômica. Houve equívocos, que a presidente Dilma Rousseff já reconheceu. Mas daí a dizer que essa recessão, do tamanho que é, aconteceu somente por causa da política econômica", disse, emendando que o governo de Michel Temer (MDB) está sendo "um desastre".
Pela campanha do MDB, com o candidato Henrique Meirelles, o economista José Marcio Camargo, afirmou que é "curioso" o economista do PT chamar o governo Temer de desastroso. Defendeu as medidas tomadas por Meirelles, quando ministro da Fazenda, e citou como feitos importantes a reforma trabalhista e o teto dos gastos. "O Meirelles assumiu o Ministério da Fazenda com uma recessão espetacular, semelhante a países que estão em guerra civil. Dadas as reformas implementadas, como teto dos gastos, trabalhista, o País voltou a crescer." Camargo também argumentou que o Brasil está reagindo melhor ao atual choque de oferta, que classificou como "muito maior" que aqueles observados em anos anteriores.
O economista Persio Arida, da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), criticou o que chamou de "glorificação" da gestão Lula no governo federal, assim que Mello, do PT, destacou superávit primário mais expressivo da história. "A gestão Lula sempre é glorificada e citada como por fazer um bom governo de esquerda. Porque ele presidiu o Brasil quando o mundo estava vivendo o 'boom' de commodities", disse Arida, acrescentando que o Chile aproveitou o boom das commodities no início dos anos 2000, diferentemente do governo Lula.
Fiscal
Mello afirmou que o "grave problema fiscal" não pode ser solucionado apenas a partir de um ajuste nas contas públicas. Depende também, disse o economista, da retomada do crescimento econômico. "Não há resolução fiscal possível com uma economia estagnada", disse o petista.
Bazileu Margarido, dirigente da Rede e coordenador financeiro da campanha de Marina Silva, afirmou que mudanças na Previdência são necessárias, mas indicou que a proposta que está no Congresso Nacional não evidencia um "senso de justiça" e, assim, não tem a aderência da sociedade. "O Brasil entrou num déficit fiscal estrutural que necessita de reformas da Previdência, bancária, tributária. Agora, sem a sociedade enxergar senso de justiça, sem um projeto de bases claras que reúna o empresariado, a sociedade, a academia, os trabalhadores, o País vai continuar patinando", disse Margarido.
O economista Nelson Marconi, colaborador da chapa do presidenciável Ciro Gomes (PDT), acrescentou que a baixa produtividade da economia brasileira é problema que deriva de uma série de fatores, sendo o primeiro a questão fiscal. Defendeu a redução de despesas a partir de algumas reformas, entre elas as da Previdência e tributária. Nessa última, a proposta tem como essência impor maior tributação sobre a renda e menor sobre a produção. "Não será possível resolver o problema fiscal só com queda de despesas. É preciso da retomada do crescimento, via retomada de investimentos", completou Marconi.
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