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Ciro viaja para o exterior e frustra planos de Haddad para o 2º turno

Renan Truffi

Brasília

11/10/2018 16h31

Derrotado nas urnas, Ciro Gomes (PDT) embarca para o exterior nesta quinta-feira, 11, para viajar com a família, e deve ficar fora do País por até duas semanas. Os planos frustram as investidas do PT, que faz acenos ao candidato derrotado no intuito de trazê-lo para dentro da campanha petista no segundo turno das eleições 2018.

Ao contrário do que esperava a campanha de Fernando Haddad (PT), Ciro não vai chefiar a equipe do programa econômico do petista. A ideia é que o pedetista não suba no palanque com Haddad, muito menos faça fotos para indicar o "apoio crítico", aprovado em reunião da Executiva nacional do PDT nesta quarta-feira, 10.

O PT pretendia insistir com Ciro para que ele integrasse a coordenação da campanha de Haddad. Nos bastidores, o convite era tratado como um primeiro passo para Ciro assumir um ministério em eventual governo Haddad. Na campanha petista, o nome dele é citado para comandar o Planejamento ou a Fazenda.

Para se distanciar do PT, o presidente do PDT, Carlos Lupi, se antecipou e disse na quarta-feira que o partido vai lançar Ciro Gomes como candidato para 2022, já após o fim do segundo turno. "Não faremos nenhuma reivindicação (junto ao PT). Será um voto claro sem participação na campanha e com a certeza de que não participaremos de nenhum governo, mesmo se Haddad ganhar a eleição. Vamos começar a construir agora 2022, já estamos decididos a lançar a candidatura de Ciro Gomes", afirmou.

Outra forma de mandar sinais negativas ao PT foi anunciar que o PDT, independentemente de quem vença o segundo turno, estará na oposição em 2019. O motivo da resistência do PDT em se aproximar da campanha de Haddad foram os "ataques" que os petistas fizeram à candidatura de Ciro Gomes, durante o processo eleitoral.

Orquestrada com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT fez uma manobra ainda no primeiro turno que atrapalhou as negociações de apoio do PSB à candidatura de Ciro. O caso foi encarado como uma rasteira do PT no partido. Na ocasião, os petistas retiraram candidaturas em outros Estados para não atrapalhar nomes do PSB que disputavam os mesmos cargos. Em troca, os socialistas se comprometeram a ficarem neutros no primeiro turno, em vez de apoiarem o presidenciável do PDT.