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Bolsonaro critica 'Acordo de Paris' e diz que não tem nada contra homossexuais

Fábio Grellet

Rio

25/10/2018 17h49

Em rápida entrevista coletiva concedida na tarde desta quinta-feira, 25, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, fez críticas ao Acordo de Paris, disse que o Estado não tem que interferir na opção sexual dos cidadãos e que nada tem contra homossexuais nem as mulheres. "Se for eleito, espero como presidente da República e chefe supremo das Forças Armadas, dar um ippon na corrupção, na violência e na ideologia", afirmou, após receber homenagens do lutador de jiu-jítsu Carlos Gracie, a quem chamou de "ídolo intergaláctico".

Questionado sobre o acordo de Paris, Bolsonaro afirmou que esse acordo pode ameaçar a soberania do Brasil sobre a Amazônia. "O triplo A está em jogo. É uma grande faixa que pega a Amazônia e vai até o Atlântico, que estaria não mais sob a nossa jurisdição, mas sob a jurisdição de outro país, como sendo ela essencial para a sobrevivência da humanidade. Nesse acordo de Paris, nós poderíamos correr o risco de abrir mão da nossa Amazônia?", questionou. "Vamos botar no papel que não está em jogo o triplo A nem a independência de nenhuma terra indígena que eu mantenho o Acordo de Paris", afirmou.

O candidato também disse que quer combater a ideologia nas escolas. "Qual é a máxima nas escolas públicas, não interessa o nível delas? É a formação de militantes. Nós queremos uma escola sem partido. Escola sem partido não é não discutir política. Pode discutir, mas não pode o aluno que tem uma posição diferente da do professor ter a nota rebaixada ou até ser reprovado. Essa ideologia tem que deixar de existir em nosso Brasil", afirmou.

Questionado sobre como seu governo trataria os homossexuais, Bolsonaro negou que haverá perseguição. "O Estado não tem nada a ver com a opção sexual de quem quer que seja, ponto final. Aqui dentro deve ter algum homossexual, o que eu tenho contra? Nada. Minha luta é contra o material escolar, não interessa se é homo ou hetero, para criancinhas a partir de seis anos de idade. Quem trata de sexo é o papai e a mamãe. Quiserem implementar isso a partir de 2010. Tanto é verdade que houve o kit gay que em 2011 Dilma Rousseff mandou recolher", afirmou.