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Duque de Caxias vive transtornos após traficante ser morto pela polícia

Fábio Grellet

Rio

27/03/2019 00h40

A morte de um homem acusado de chefiar o tráfico de drogas em uma favela de Duque de Caxias e outra de Magé, ambas na Baixada Fluminense, causou no fim da tarde desta terça-feira, 26, a reação de criminosos, que ordenaram o fechamento do comércio no centro e em bairros de Duque de Caxias. Linhas de ônibus tiveram as rotas alteradas, e a prefeitura cancelou as aulas em todas as escolas da rede municipal.

Charles Jackson Neres Batista, conhecido como Charlinho do Lixão, de 32 anos, foi morto a tiros por policiais do 15º Batalhão da PM (Duque de Caxias). Ele estava em uma casa na Covanca, bairro de Caxias próximo a São João de Meriti, e teria resistido à prisão, segundo a PM. Houve troca de tiros e ele foi baleado. Charlinho foi encaminhado para o Hospital Moacir do Carmo, em Duque de Caxias, onde morreu. Durante a operação, a PM prendeu outras três pessoas e apreendeu três granadas e dois fuzis com carregadores e munição. A ocorrência foi registrada na 59ª DP (Duque de Caxias).

Segundo a polícia, Charlinho sucedeu o pai como chefe do tráfico nas favelas do Lixão, em Duque de Caxias, e Mauá, em Magé. Segundo a polícia, ele era líder da facção criminosa Comando Vermelho e tinha ligação com o traficante Fernandinho Beira-Mar, atualmente preso em Mossoró (RN).

Por conta da operação da PM na favela do Lixão, a Linha Vermelha sofreu bloqueios intermitentes no trecho em que existem acessos para Duque de Caxias. No centro da cidade, comerciantes fecharam as portas, e as linhas municipais foram desviadas - principalmente no entorno do Complexo da Mangueirinha e no centro.

Em 2017, Charlinho foi indiciado pela morte de Arthur de Melo, bebê atingido por dois tiros dentro da barriga da mãe. Claudineia dos Santos Melo, grávida de 39 semanas, voltava do mercado, na favela do Lixão, quando foi atingida pelos disparos decorrentes de confronto entre policiais e criminosos, em 30 de junho daquele ano. O bebê foi socorrido, mas morreu em 30 de julho. Charlinho também era investigado por homicídio, tráfico de drogas e associação ao tráfico. O Disque Denúncia oferecia R$ 2 mil por informações que levassem à prisão do acusado.